Puigdemont é um espião russo? Ministra espanhola enganada
Carles Puigdemont é um espião russo que responde pelo pseudónimo de Cipollino. A frase anterior é falsa, mas foi que o que dois humoristas russos tentaram "vender" a Maria Dolores de Cospedal, ministra espanhola da Defesa. Lexus (Alexey Kuznetsov) e Vovan (Vladimir Kuznetsov) foram os autores da partida.
Telefonaram à responsável espanhola, afirmando estar a contactar em nome do ministério da Defesa da Letónia, e disseram que muitos dos turistas russos que viajam para Barcelona são membros de serviços de informação e espionagem da Rússia. A notícia é avançada pela Sputnik.
Os jovens russos afirmaram à agência russa que "repararam" na ministra espanhola da Defesa quando esta falou da "mão de Moscovo" no referendo catalão.
"O Alexey apresentou-se como ministro letão da Defesa e prometeu entregar documentos secretos que indicam que Carles Puigdemont é um agente russo chamado Cipollino", disse Vladimir Kuznetsov à Sputnik.
O russo acrescenta ainda que Maria Dolores de Cospedal devolveu a chamada, explicando que tinha transmitido o que lhe havia sido dito a Mariano Rajoy, líder do Governo espanhol, e que os espanhóis estavam interessados em encontrar-se com os letões.
"Afirmámos que também tínhamos interesse, mas ela deve ter percebido que era uma brincadeira e não aconteceram mais telefonemas", acrescentou Kuznetsov.
Um vídeo da conversa surgiu no YouTube.
A ministra espanhola afirmou no Twitter, que foi uma "conversa estranha".
"Foi uma conversa muito estranha. Pedri-lhes para falarem em inglês, mas eles não quiseram. Não quiseram tradutor e como não confiei neles, parei de falar e não liguei mais. Agora sei que eram russos".
No início da semana passada, Alfonso Dastis, chefe da diplomacia espanhola, disse em Bruzelas que tinha informações de que a "manipulação e desinformação" oriunda da Rússia afetava também o "desenvolvimento democrático" na Catalunha.
A própria Maria Dolores de Cospedal referiu que o Governo espanhol sabia que "muitas mensagens e intervenções que se produziram através das redes sociais" vinham da Rússia. Na altura, no entanto, explicou também que não havia provas de que Moscovo fosse responsável pela situação.