"Sabemos hoje que possivelmente o falhanço da política energética é hoje um dos principais fatores que explicam o aumento desmesurado do desemprego em Portugal", afirmou Carlos Zorrinho..Numa conferência de imprensa dedicada à política energética, na sede do PS, em Lisboa, o líder da bancada socialista considerou que a "política energética é um falhanço" do Executivo..O antigo secretário de Estado da Energia lançou "quatro reptos ao Governo", sendo o primeiro o de "revelar finalmente quais as negociações feitas para o corte das rendas excessivas, onde foram feitos os cortes, que consequências concretas terão em cada uma das várias formas de vender eletricidade às empresas e às pessoas"..Zorrinho desafiou também o Governo a tomar "em conta as propostas que o Partido Socialista fez para reduzir a fatura com o gás e a eletricidade, melhorando a regulação e penalizando as formas de produção menos eficientes"..O líder parlamentar socialista quer que o Executivo "torne pública a lei de bases para o setor energético, que tem algumas medidas que não são públicas mas merecem uma ampla discussão na sociedade e que, por exemplo, ajudariam a esclarecer a questão do acompanhamento das concessões e quem o vai pagar"..O PS insta ainda o Governo "a regulamentar de forma explícita a garantia da salvaguarda dos interesses estratégicos nacionais, que foi prevista na lei das privatizações por proposta do PS, foi aceite pelo Governo mas continua seis meses depois a não ser regulamentada".."Estamos a lidar com privatizações como a da rede de distribuição elétrica em Portugal, como a da maior concessionária de eletricidade em Portugal, fala-se de novas privatizações", sublinhou.."É inaceitável que o Governo seja relapso na regulamentação da defesa dos interesses estratégicos nacionais", defendeu..Sobre os custos com a supervisão das concessões, Zorrinho considerou que "a questão de fundo é explicar porque é que foi a direção-geral de Energia a deixar de fazer isso". ."A direção-geral de Energia sempre o fez e sempre o fez bem. Se deixou de ser a direção-geral de Energia porque é que não é a entidade reguladora a fazer isso?", questionou..O secretário de Estado da Energia afirmou hoje que as alterações legislativas relativas aos custos de supervisão das concessões vão permitir, no futuro, uma redução na fatura da eletricidade e do gás e um "agravamento zero" no imediato..O Diário Económico noticiou que o Governo vai agravar a fatura da eletricidade e do gás, porque os custos com a supervisão das concessões, da responsabilidade do Estado, serão passados para os consumidores através das faturas.