PS com mais opções à esquerda, direita perde força
Todas as sondagens dão o PS à beira da maioria, e a do ISCTE/ICS/Sic dá mesmo, no intervalo mais alto, a possibilidade de ter 117 deputados socialistas no hemiciclo - dois além da maioria, portanto. Todas as sondagens são otimistas para os socialistas, sobretudo em relação ao que foram sendo as previsões durante a campanha. Dado curioso destas eleições - em princípio serão nove os partidos com assento parlamentar, um recorde de sempre na democracia portuguesa. Poderão ser dez, se "Os Verdes" elegerem um deputado nas listas da CDU.
A sondagem da Católica para RTP dá o PS com entre 104 e 112 deputados. A TSF/JN/TVI, da Pitagórica, dá o PS no intervalo entre os 100 e os 112 (34,5-38,5%). E a da SIC ISCTE/IC, com 36% a 40%, e entre 105 e 117 deputados.
Se estas previsões se concretizarem, e estes forem os resultados, a esquerda parlamentar terá bastante melhor performance do que a direita - mesmo tendo em conta a variabilidade dos intervalos de erro. Ou seja, o PSD, com o CDS e os pequenos partidos da sua área, mesmo que elejam os deputados previstos, não chegarão ao número do PS - inviabilizando assim a possibilidade de uma coligação (negativa), como aconteceu, em sentido contrário, em 2015.
Com estes resultados, os socialistas podem fazer acordos com um de vários partidos ou, na melhor das hipóteses para eles, com um só: BE, CDU, PAN ou Livre.
Segundo a sondagem da TSF/TVI/JN, o BE (7,7-11,7%), teria entre 20 e 25 deputados, a CDU (6,0-8,0%), de 10 a 14, e o PAN (2,7-4,7%), com de 4 a 6 nesta previsão. Segundo o ISCTE/ICS/Sic, o BE terá entre 8,9% a 11,9 (com 17 a 24 deputados), a CDU, 4,7% a 7,3% (com 7 a 13 deputados), e o PAN, 2,5% a 4,5% (com 2 a 6 deputados). Segundo esta sondagem, o Livre elege 1 a 2 deputados. Segundo a Católica para a RTP, o BE teria entre 19 e 23 deputados, CDU, de 9 a 14, e até o PAN, 4 a 6 nesta previsão.
A Católica/RTP dá o PSD a arriscar ficar com um resultado à beira do pior de sempre nesta previsão: entre 74 e 82 deputados (entre 27% a 31%), o ISCTE/ICS/SIC ainda é pior, com entre 24,2% e 28,2% (com 72 a 82 deputados). A Pitagórica/ TSF/JN/TVI dá também 24,5% a 28,6% para os sociais-democratas, entre 68 e 78 deputados.
E o CDS-PP, que normalmente tem resultados melhores do que as previsões lhe ditam, cai, nestas sondagens, para resultados bastante negativos, segundo todas as previsões. Pode, inclusive, voltar a ser o partido do táxi. Segundo a SIC, o CDS terá entre 2,4% e 5%, com dois a oito deputados. Segundo a TSF/TVI/JN, 2,9% a 4,9%, três a sete deputados. E segundo a Católica/RTP, 3% a 5% com quatro a seis deputados.
Segundo todas as sondagens, quatro pequenos partidos podem eleger deputados, além do PAN, já com representação parlamentar. A Iniciativa Liberal pode, segundo a TSF/JN/TVI, chegar a dois deputados, em Lisboa e no Porto - André Ventura, do Chega, será eleito, assim como Joacine Moreira, pelo Livre, e Santana Lopes, pelo Aliança. Segundo o ISCTE/ICS, o Livre pode também eleger dois deputados, e a Iniciativa Liberal, até 3.
Ou seja, os pequenos partidos saíram do fenómeno da internet para o Parlamento - que terá mais participação do que nunca. No entanto, a escolha não foi suficiente para fazer que mais gente fosse votar: a SIC, num estudo ICS/ISCTE, fala em valores de abstenção entre 47,5% e 51,5% e a da RTP (Universidade Católica) aponta para um valor entre 44% e 49%. Em 2015 a abstenção foi de 44%.
O número total de inscritos aumentou em cerca de 1,4 milhões de eleitores (de 9,4 milhões para 10,8 milhões) por via de um grande crescimento do número de inscritos na emigração (passou de 242 mil recenseados para 1,465 milhões).