Pritzker 2019 distingue o japonês Arata Isozaki

Ousado, multifacetado e sempre surpreendente, Isozaki continua, aos 87 anos, a desafiar categorizações. É o oitavo japonês galardoado com o mais importante prémio de arquitetura do mundo
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Chamaram-lhe visionário, multifacetado, pioneiro no diálogo entre oriente e ocidente. E tudo isso ele é, como atestam as suas obras pelo mundo. Da biblioteca de linhas modernas e despojadas que erigiu em Oita, sua cidade natal, em 1966, à gigantesca sala de concertos insuflável, que concebeu para o Festival de Lucerna, na Suíça, em 2013, passando pelo surpreende edifício Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles, Arata Isozaki afirmou-se ao longo da segunda metade do século XX e primeiras duas décadas do XXI como um arquiteto de muitos recursos e múltiplas significações.

Isozaki sucede ao arquitecto indiano Balkrishna Doshi, que venceu o Pritzker no ano passado.

Nascido em Oita, no Japão, em 1831, Arata Isozaki tinha 12 anos quando as cidades de Hiroshima e Nagasáqui foram arrasadas por duas bombas atómicas lançadas pelos Estados Unidos, levando à rendição do Japão e ao fim da Segunda Guerra Mundial. Para ele, esse momento foi aquele em que, face à imensa destruição, decidiu que o que queria da vida era fazer exatamente o oposto: construir.

Depois de se formar na Universidade de Tóquio, em 1954, Arata Isozaki trabalhou com o arquiteto japonês Kenzo Tange, também ele vencedor do prémio Pritzker, em 1987, estabelecendo-se por conta própria a partir de 1963.

Pioneiro do diálogo do Oriente e do Ocidente, influenciado pelas novas linguagens europeias então a despontar, Arata Isozaki criou nessa fase edifícios que eram uma mistura de escolas, numa materialização muito pessoal dessas diferentes formas de fazer arquitectura.

Ao longo das décadas seguintes construiu em diversos países, por todo o mundo, materializando abordagens e linguagens diversas, incluindo nos materiais e nas formas. Tem a sua assinatura, também, o Palau Sant Jordi, que construiu para os Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona.

O Pritzker chega agora, na reta final de uma extensa carreira, confirmando o seu talento e originalidade.

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