O primeiro-ministro alertou hoje, na inauguração da estação do metro da Reboleira, Amadora, que as cidades têm de se habituar a "viver sem o automóvel" e defendeu a necessidade de reforçar o investimento na rede de transportes públicos.."As cidades levaram grande parte do século XX a habituarem-se ao automóvel e agora têm muito pouco tempo para se habituarem a viver sem o automóvel", avisou António Costa..O governante, que falava na inauguração do prolongamento do troço da Linha Azul do Metropolitano de Lisboa, entre Amadora Este e a Reboleira, salientou que, devido ao agravamento das alterações climáticas, até 2050 será preciso "mudar o paradigma da mobilidade assente no transporte individual" pelo transporte coletivo e mobilidade suave.."O investimento feito nesta estação é muito mais do que a ligação da Reboleira ao centro de Lisboa", realçou o primeiro-ministro, acrescentando que a obra representa "o primeiro grande terminal intermodal da Linha de Sintra", com "a integração da linha de comboio com a linha do metro, com o serviço de transporte rodoferroviário, [e] com o apoio à mobilidade suave, pedonal e ciclável"..António Costa recordou que o Governo decidiu manter o metropolitano e a transportadora rodoviária Carris na esfera pública e que chegou o momento de descentralizar para os municípios e para a Área Metropolitana de Lisboa a gestão das duas empresas.."Estes 40 anos de poder local democrático só nos têm ensinado uma coisa: sempre que o Estado transferiu competências para as autarquias, essas competências foram exercidas com melhor eficiência do que eram exercidas pelo Estado", frisou..O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, notou que o país "ainda não deu o salto necessário para a construção de um novo padrão de mobilidade urbana e metropolitana".."No que toca a procura dos serviços do Metro e da Carris, esta caiu 25% durante a legislatura do anterior Governo. Uma percentagem só por si preocupante, mas ainda mais quando essa representa um decréscimo de cerca de 60 milhões de viagens por ano", enunciou..O responsável pela tutela dos transportes adiantou que, como prevê o Orçamento do Estado para 2016, "é uma evidência a necessidade de contratação de 30 trabalhadores para a Metro de Lisboa, devendo esse processo ser iniciado no imediato".."Este Governo é também muito claro na sua ambição de descentralização de competências em matéria de mobilidade", reiterou João Matos Fernandes, esclarecendo que "cabe ao poder local a organização do transporte local e regional" e à Área Metropolitana de Lisboa "a organização do sistema de transporte a nível regional e a definição do serviço de transporte público que se pretende para a região"..A nova estação entrou em funcionamento às 13:00 e prolonga a Linha Azul da rede de metro, criando um novo interface de transportes com os comboios da Linha de Sintra..O prolongamento do troço até à Reboleira, numa extensão de 594 metros, representa um investimento de 59,9 milhões de euros, comparticipados em 43,4 milhões pela Comissão Europeia..A ligação do metro à Linha de Sintra facilitará as deslocações e contribuirá "para atingir o objetivo da União Europeia da descarbonização do transporte", afirmou, em comunicado, a comissária da Política Regional, Corina Cretu..Representantes dos trabalhadores do metro aproveitaram a inauguração para reclamar ao Governo o cumprimento de "um conjunto de promessas feitas", nomeadamente da retirada da denúncia do contrato coletivo de trabalho e a admissão urgente de novos funcionários..Segundo o metro, o prolongamento a partir da atual estação de Amadora Este, na Falagueira, vai permitir "viajar entre Reboleira e Marquês de Pombal em 19 minutos e entre Reboleira e Baixa-Chiado em 24 minutos"..A Linha Azul passa a ter uma extensão de 13,7 quilómetros, com 18 estações entre a Reboleira e Santa Apolónia (Lisboa).