O responsável falava perante os deputados da comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República, em Lisboa, quando admitiu ter ficado "muito surpreendido" com a decisão da Associação Comercial do Porto (ACP), depois de terem tido reuniões que considerou "produtivas" e "construtivas" com associações do norte do país.."Em agosto, a proporção de destinos servidos a partir do Porto vai ser já muito semelhante à que tinha face a Lisboa antes da covid-19", adiantou Miguel Frasquilho..O gestor disse ainda que já decorreram reuniões com as associações da região do Algarve e vão ser feitas também com as da região autónoma da Madeira, na sexta-feira, e também dos Açores..De acordo com Miguel Frasquilho, o Conselho de Administração da TAP considera que o programa de retoma da companhia deve também contribuir para uma "recuperação mais harmoniosa e mais equilibrada do país".."Houve uma primeira tomada de decisão que foi da Comissão Executiva [sobre o plano de retoma de voos], o Conselho de Administração alertou, em algumas ocasiões, para aquilo que não nos parecia ser adequado. [...] Podemos manifestar a nossa opinião, podemos sugerir, a decisão final não é do Conselho de Administração", acrescentou..A ACP interpôs uma providência cautelar de modo a tentar evitar a injeção de 1,2 mil milhões de euros do Estado na companhia aérea..Os fundamentos jurídicos da providência cautelar "assentam em três argumentos essenciais", segundo um comunicado da associação enviado no sábado à Lusa.."O desrespeito pelo princípio do equilíbrio territorial, uma vez que o plano de voos da TAP concentra 96% dos voos internacionais no aeroporto de Lisboa, marginalizando o aeroporto do Porto e ignorando os demais", e "a defesa do princípio da transparência, uma vez que, se a TAP é uma empresa privada, deve viver dos seus próprios recursos", são dois dos argumentos..O terceiro prende-se com a "promoção do princípio da racionalidade".."A promoção do princípio da racionalidade, pois, se a TAP passa a ser uma companhia pública, ou o Estado nela coloca fundos avultados - que se sabe serem impossíveis de devolver porque a TAP, que tem capitais próprios negativos de 600 milhões de euros, simplesmente não tem capacidade para o fazer -, onerando os contribuintes ativos e as gerações vindouras, então a esse contributo nacional deve corresponder um serviço de dimensão nacional", defende esta associação comercial.