"Os Loucos da Rua Mazur". Prémio Leya vai para João Pinto Coelho
"Os Loucos da Rua Mazur", de João Pinto Coelho, é o romance vencedor do Prémio LeYa 2017, no valor de 100.000 euros. O anúncio foi feito hoje, na sede do grupo editorial em Alfragide, nos arredores de Lisboa. O eleito, autor de 'Perguntem a Sarah Gross', já fora finalista deste prémio em 2014.
O júri, presidido por Manuel Alegre, elogiou o "romance bem estruturado" que "não cede ao facilitismo do romance histórico". A ação de "Os Loucos da Rua Mazur" passa-se antes da segunda guerra mundial, na Polónia. O júri destaca ainda "as qualidades de efabulação e verosimilhança em episódios de violência brutal com motivações ideológico-políticas e étnico-religiosas".
À edição deste ano apresentaram-se 400 originais, provenientes de 18 países (192 de Portugal e 187 do estrangeiro), dos quais foram selecionados cinco finalistas.
O júri do Prémio LeYa deste ano foi presidido pelo escritor Manuel Alegre e constituído ainda pelos escritores Nuno Júdice, Pepetela, para além do crítico José Castello, do professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra José Carlos Seabra Pereira, do reitor do Instituto Superior Politécnico e Universitário de Maputo Lourenço do Rosário, e da professora da Universidade de São Paulo Rita Chaves.
O ano passado, o júri deliberou por unanimidade não atribuir o prémio, dada a falta de qualidade das obras apresentadas.
Em 2015, o vencedor foi "O Coro dos Defuntos", de António Tavares.
O romance "O Rasto do Jaguar", de Murilo Carvalho, foi o primeiro vencedor do galardão, em 2008, ao qual se seguiu "O Olho de Hertzog", de João Paulo Borges Coelho. Em 2010, o júri decidiu pela primeira vez não atribuir o galardão, devido à falta de qualidade das obras a concurso, e em 2011 distinguiu o romance "O Teu Rosto Será o Último", de João Ricardo Pedro. "Debaixo de Algum Céu", de Nuno Camarneiro venceu em 2012, "Uma Outra Voz", de Gabriela Ruivo Trindade, em 2013, e "O Meu Irmão", de Afonso Reis Cabral, em 2014.
O Prémio LeYa, segundo o regulamento, "tem por objetivo incentivar a produção de obras originais de escritores de Língua Portuguesa, e destina-se a galardoar uma obra inédita de ficção literária, na área do romance, que não tenha sido premiada em nenhum outro concurso".
Ao prémio, o maior para uma obra inédita escrita em Língua Portuguesa, podem candidatar-se "todas as pessoas singulares com plena capacidade jurídica, independentemente da sua nacionalidade".