Português detido no Iémen com propaganda da Al-Qaeda. Governo desconhece
A notícia foi avançada pelo jornal La Libre Belgique e está a ser reproduzida na restante imprensa belga. O português terá sido detido no início deste mês em Sanaa, a capital do Iémen, por estar na posse de material de propaganda da A-Qaeda, juntamente com um belga e um somali.
A dita propaganda estava no interior de uma viatura que foi controlada numa operação policial.
O cidadão belga, avança a publicação, ainda não pode ser contactado pelo cônsul honorário da Bélgica no Iémen, pois o interrogatório ainda está a decorrer, encontrando-se atualmente sob alçada da polícia de imigração.
O Governo português desconhece o caso. "O ministério dos Negócios Estrangeiros não tem conhecimento" deste caso, disse à Lusa fonte oficial do Palácio das Necessidades. Também o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, disse desconhecer o caso. O Ministério da Administração Interna ainda não reagiu.
Portugal não possui representação diplomática no Iémen, país que está sob jurisdição da embaixada portuguesa em Riade, Arábia Saudita.
O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, explicou que, em caso de detenção de cidadãos nacionais no estrangeiro, as autoridades portuguesas apenas são contactadas a pedido dos detidos.
A Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA), baseada no Iémen, reivindicou na quarta-feira, num vídeo divulgado 'online', o atentado terrorista da semana passada, em que morreram 12 pessoas na redação do semanário satírico francês Charlie Hebdo, em Paris.
"Nós, a Al-Qaeda na Península Arábica, reivindicamos esta operação como vingança para o mensageiro de Alá", declarou no vídeo, publicado num 'site' islamita, um dos dirigentes da AQPA, Nasser Ben Ali al-Anassi, a propósito do ataque realizado pelos irmãos Said Kouachi e Cherif Kouachi, de 32 e 34 anos.