Portugal tem um ano para apurar mais de noventa atletas para os Jogos Olímpicos

Até ao momento só quatro nadadores e uma surfista têm lugar garantido nos Jogos Olímpicos. Chefe da missão esperava já ter mais apurados, mas acredita que é possível bater recorde.
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A um ano do arranque dos Jogos Olímpicos Paris 2024, Portugal tem apenas cinco atletas qualificados, com destaque para a natação (ver caixa), que já tem quatro atletas com passaporte para o evento, que irá decorrer na capital francesa de 26 de julho a 11 de agosto - Paralímpicos são de 28 de agosto a 8 de setembro.

Diogo Ribeiro, que na segunda-feira se sagrou vice-campeão mundial de 50 metros mariposa - disciplina não Olímpica - foi o primeiro a garantir a presença em Paris. O nadador de apenas 18 anos já conseguiu mínimos nos 50 e 100 metros livres e nos 100 metros mariposa, sendo um dos quatro nadadores na lista de cinco apurados.

Há dois dias, João Costa bateu o recorde nacional dos 100 metros costas (53,71 segundos), nos Mundiais de Fukuoka (Japão) e juntou-se a Camila Rebelo (200 metros costas) e Miguel Nascimento (50 metros livres) na lista Olímpica. Tirando os quatro estreantes nadadores, apenas Teresa Bonvalot sabe que vai estar pela segunda edição consecutiva na prova de surf - prova vai-se disputar na Polinésia Francesa. Foi graças ao ranking da World Surf League, que a portuguesa de 23 anos, garantiu a vaga.

O chefe da missão portuguesa confessou que esperava já ter mais atletas apurados, incluindo a seleção sub-21 de futebol, mas confia que os objetivos estabelecidos serão cumpridos. "Tradicionalmente, se recuarmos a 2008 e 2012, sem modalidades coletivas, temos missões a rondar os 77/76 atletas. Quando passámos a integrar, tanto no Rio 2016, com o futebol, como em Tóquio, com o andebol, ultrapassámos as nove dezenas. E eu acho que esse é um número, com o andebol, naturalmente, que é possível garantir para a edição de Paris", disse Marco Alves à Lusa.

Para já Portugal ainda está longe dos 92 atletas apurados para Tóquio 2020 (competiram 91, depois da desistência de Frederico Morais, após acusar covid-19), mas muitas modalidades apenas decidem mais perto da data dos JO. No caso do atletismo, a mais representada e a que tem dado mais medalhas a Portugal, a lista só será fechada a 30 de junho de 2024, com o ranking a dar 50% das vagas e as restantes a serem ocupadas por atletas com mínimos. Embora não tenham ainda o carimbo no passaporte Olímpico, Auriol Dongmo, no lançamento do peso, e Isaac Nader, nos 1500 metros, já alcançaram a marca de qualificação exigida pela World Athletics. E no caso da lançadora o ranking também lhe garante a presença. O que em condições normais acontecerá também com atletas como o campeão olímpico Pedro Pichardo.

Ao nível das modalidades coletivas, o andebol ainda está na luta por uma segunda presença consecutiva, enquanto o basquetebol vai disputar uma pré-qualificação para o torneio de qualificação.

O Comité Olímpico de Portugal traçou como objetivos para Paris 2024 aumentar o número de modalidades representadas, o mesmo número de medalhas conquistadas em Tóquio 2020 (quatro) e um maior equilíbrio de género, algo em que o chefe de missão continua a acreditar. Marco Alves explicou que os objetivos tiveram de ser contratualizados antes de se saberem os critérios de qualificação - dificultados pela obrigatoriedade de haver paridade em cada modalidade - para que fossem libertadas as verbas de preparação.

Portugal tem assim 365 dias para apurar cerca de 90 atletas. E há muitas incógnitas, incluindo a vice-campeã olímpica Patrícia Mamona, que falhará os mundiais de atletismo de Budapeste em agosto devido a lesão ... ou o também medalhado Jorge Fonseca, que não compete há meses. A lista atual tem apenas cinco apurados, mas poderá aumentar em breve. Modalidades como a vela (Mundial realiza-se de 9 a 20 de agosto) e o tiro com armas de caça (14 de agosto) vão ter provas de qualificação em breve.

Dos cinco nadadores da natação pura que integram o projeto Olímpico da Federação Portuguesa de Natação, quatro já conseguiram mínimos para Paris 2024. Falta Gabriel Lopes, que volta esta quarta-feira a competir nos 200 metros estilos no Mundial de Fukuoka, assim como Diogo Ribeiro (100m estilos) e Camila Rebelo (50m costas).

Atletas como Diana Durães ou Tamila Holub também ambicionam um lugar em Paris.

O projeto integra ainda duas atletas da natação artística e quatro nas águas abertas, ambas com qualificação marcada para fevereiro de 2024. A maior representação da natação foi a de Tóquio 2020: nove. E o futuro parece assegurado. Terça-feira, Rafael Mimoso (16 anos) ficou com o ouro nos 200 bruços no Festival Olímpico da Juventude Europeia.

Começou a contagem final para Paris 2024. O relógio gigante que conta os dias para o início dos próximos Jogos Olímpicos foi ontem instalado junto à Torre Eiffel, em Paris. O comité organizador dos Jogos Paris 2024 apresentou ainda a Tocha Olímpica, que pela primeira vez tem uma forma simétrica, e evidencia os valores da igualdade e da Paz. Inspirada no Rio Sena, foi idealizada pelo designer Mathieu Lehanneur. "É simétrica, pela primeira vez na História, o que permite realçar mais a chama", afirmou o autor, explicando que pretende evidenciar a sustentabilidade dos Jogos.

Será de aço reciclado nas fábricas francesas da ArcelorMittal, patrocinadora do evento e acesa em Atenas quando faltarem 68 dias para o início dos JO, que acontecerão na capital francesa de 26 de julho a 11 de agosto de 2024 e que poderão contar com atletas russos a competir sem bandeira ou hino.

isaura.almeida@dn.pt

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