Portugal poupava dinheiro se alterasse método de tratamento
Em declarações à agência Lusa a propósito da divulgação, hoje, do relatório do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), o presidente da APLD, Manuel Pinto Coelho, disse que "é urgente" definir uma nova forma de tratamento de toxicodependentes, condenando o recurso a drogas de substituição.
Segundo o médico, 72 por cento dos toxicodependentes são tratados com medicamentos de substituição, o que na sua opinião significa que se está a "alimentar a mesma condição de dependência", além dos custos para o Estado.
Numa altura de crise, o presidente da APLD defendeu a necessidade de encontrar "um novo paradigma", considerando que se trata de um problema "mais psicológico do que biológico ou médico".
"Há que implantar um modelo essencialmente psicológico que transmita estratégias de controlo emocional a quem perdeu todo o controlo sobre si, ensinar perícias que ajudem as pessoas a evitar situações que os leva ao consumo e não tratá-los como peças de um rebanho que os trata a todos com metadona", sustentou.
Manuel Pinto Coelho disse ainda que as estruturas no terreno têm de alterar a sua estratégia, uma vez que estão vocacionadas para tratar a heroína e a realidade alterou-se com a entrada em cena de drogas sintéticas.