Portugal Fashion fatura 500 milhões e emprega 15 mil
Miguel Vieira pisou a passerelle do edifício da Alfândega já perto da meia-noite de sábado para agradecer à plateia que o aplaudia de pé. O Portugal Fashion fechava, assim, com chave de ouro a 40.ª edição, à qual assistiram mais de 25 mil pessoas, segundo a organização, garantindo que o evento fatura 500 milhões de euros e emprega diretamente 15 mil pessoas.
O criador acabara de apresentar a coleção de inverno para mulher, homem e criança e, mais uma vez, conseguia conquistar o público, com propostas marcadas pelas silhuetas vincadas na mulher e a alfaiataria no homem e inovações técnicas como o amarrotado fixo, o aglutinado e o plissado perfurado.
Antes deste último desfile, tanto nos corredores à entrada dos desfiles como nos bastidores junto do público ou dos profissionais, era possível ouvir comentários acerca da qualidade das propostas apresentadas pelos criadores nacionais para o próximo outono-inverno. Maité Tuset, por exemplo, a maquilhadora chefe nos bastidores e senior artist da MAC, marca que apoia desde há vários anos o Portugal Fashion, assegurava que "os designers portugueses são muito criativos e pedem-nos maquilhagens francamente desafiantes".
Tal como muitos dos jornalistas estrangeiros, também a organização fazia uma leitura positiva desta edição do evento. Rafael Alves Rocha, diretor de comunicação do Portugal Fashion, afirmou à agência Lusa, ainda durante a tarde de sábado: "O balanço é francamente positivo. Esperamos ter incluindo na festa de encerramento do Portugal Fashion mais de 25 mil pessoas." Entre essas pessoas já se incluía o Presidente da República, que tinha assistido na primeira fila ao desfile de Nuno Baltazar.
Segundo a agência noticiosa, o Portugal Fashion, entre criadores, marcas e designers, fatura 500 milhões de euros, emprega 15 mil pessoas diretamente e outras tantas indiretamente, e "65% a 70% [da faturação] resulta dos mercados de exportação". A organização do evento assume que "quer chegar mais longe" e quer utilizar o "Portugal Fashion como alavanca" e dar "força àquilo que se faz em Portugal".
"O Portugal Fashion quer utilizar a sua capacidade de intervenção e a sua notoriedade e capacidade de comunicação para alargar a outros setores e outras áreas complementares do setor têxtil, de outros produtos, outras tecnologias que possam levar lá fora bem alto o nome de Portugal", sublinhou.
As exportações do têxtil e o calçado representam 10% do total nacional e contribuem com 20% do emprego, 9% da produção e 8% do volume de negócios da indústria transformadora, indicam dados fornecidos pela Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP). Delas.pt e Lusa