"Portugal e a Índia terão uma relação brilhante"
A energia renovável foi a aposta de António Costa para a intervenção de abertura da Vibrant Gujarat, uma cimeira internacional organizada no estado de Gujarat, na Índia.
O primeiro-ministro português foi um dos 25 oradores que ao longo de três horas inauguraram a megaconferência bianual. Tinha cinco minutos para seduzir a plateia de políticos e CEO de todo o mundo, e não perdeu tempo a aquecer a audiência.
Repetiu um momento que lhe tem rendido muitas reações positivas nos vários eventos em que tem participado: "É uma grande honra para mim, como pessoa de origem indiana, participar na cerimónia de abertura do Vibrant Gujarat", afirmou, para de seguida receber uma longa e entusiástica salva de palmas da audiência de vários milhares de pessoas.
Na conferência que neste ano tem como tema o crescimento sustentável, Costa sublinhou a importância do combate às alterações climáticas.
Mais uma vez na presença do homólogo indiano que o tem acompanhado em grande parte dos muitos eventos da visita, o chefe do executivo sublinhou a aposta nacional nesse setor, recordando que mais de 60% da energia consumida no país tem origem em fontes renováveis e que o país já atingiu, nesse domínio, 87% dos objetivos para 2020, sublinhando ainda a importância do acordo de Paris, já ratificado por Portugal e pela Índia.
Costa terminou esperando que "depois de um Gujarat brilhante e de uma Índia brilhante, teremos relações brilhantes entre Portugal e a Índia".
Megacimeira
Criada em 2003 pela mão do agora primeiro-ministro Navendra Modi (e então chief minister do estado do Gujarat, cargo equivalente ao de chefe de governo estadual), a Vibrant Gujarat é uma megaconferência que reúne líderes políticos, presidentes de grandes empresas, pensadores e também fazedores de opinião.
A cimeira, que acontece de dois em dois anos, é anunciada como uma plataforma para explorar oportunidades de negócio no estado de Gujarat, um dos mais ricos da Índia, com um PIB de mais de 120 mil milhões de euros produzidos por 60 milhões de habitantes. Mas basta olhar para a lista de participantes para perceber que o objetivo é mais abrangente: na última edição, a de 2015, participaram 110 países que viram os discursos de Ban Ki-moon, o antecessor de António Guterres na liderança da Organização das Nações Unidas, ou John Kerry, secretário de Estado norte-americano.
A edição de 2017 não tem nomes tão sonantes, mas ainda assim conta com a presença, nos três dias da conferência, de dois presidentes da República (do Quénia e do Ruanda), dois primeiros-ministros (António Costa e o homólogo sérvio), para além de um sem-número de vice-chefes de governo e titulares de cargos públicos dos mais variados países.