Portugal de volta ao Top 10 na luta contra as alterações climáticas

Ranking apresentado hoje em Marraquexe premeia energias renováveis e política climática internacional do país
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Portugal subiu sete lugares no índice de desempenho contra as alterações climáticas e volta a entrar este ano para o Top 10 dos 58 países mais industrializados com melhor "nota" na frente climática.

Este é o resultado do Climate Change Performance Index (CCPI), que foi elaborado pelas ONG de ambiente GermanWatch e Rede Europeia de Ação Climática, e que hoje é apresentado em Marraquexe, no âmbito da Cimeira do Clima.

Depois de no ano passado ter caído 10 posições, para o 19º lugar, em relação a 2014, este ano Portugal volta a subir no ranking, ficando em termos absolutos em 11º. No entanto, como explica a associação ambientalista Zero, que integra a Rede Europeia de Ação Climática, como "os três primeiros lugares não foram atribuídos", o CCPI coloca Portugal como o 8º melhor e considera-o "um dos dez primeiros países".

A classificação baseia-se na comparação do desempenho de 58 países que são responsáveis, no total, por mais de 90% das emissões mundiais de dióxido de carbono, e a boa marca que Portugal consegue este ano, passando de uma nota "moderada", no ano passado, para uma "boa" este ano, fica sobretudo a dever-se "uma melhoria muito significativa" na área das energias renováveis, "pelo maior peso" que elas passaram a ter "na energia primária".

Aquele não é, no entanto, o único fator. Neste resultado final, Portugal beneficia também de uma tendência positiva recente na eficiência energética, que segundo a Zero, deverá estar associada "à redução de gastos energéticos circunstanciais relacionados com a crise económica dos últimos anos", e ainda do facto de ter sido um dos primeiros países a ratificar o Acordo de Paris. Isso representou pontos positivos no item da política climática internacional.

Neste ranking, Marrocos, o anfitrião este ano da cimeira do clima, obtém a 8ª posição, muito também pelo investimento que tem feito nas energias renováveis e na capacidade de liderança que demonstra no âmbito do continente africano.

Com os três lugares cimeiros não atribuídos, a França figura agora no topo do ranking, em quarto lugar, o que espelha em grande parte o trabalho desenvolvido para que o Acordo de Paris visse a luz do dia na cimeira do clima do ano passado, da qual a França foi anfitriã.

Países como o Canadá (55º lugar), Austrália (57º) e Japão (60ª) figuram na cauda da lista, o que penaliza as suas políticas climáticas consideradas "deficientes". A Austrália, por exemplo, caiu muito em termos de eficiência energética. Todos estes países têm políticas climáticas consideradas "pouco ambiciosas".

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