Número de novos casos aumenta, mas há menos doentes internados
Portugal registou quatro mortes e 1382 novos casos confirmados de covid-19 nas últimas 24 horas, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta quinta-feira.
Os quatro óbitos declarados no nosso país foram todos na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde houve um total de 544 novas infeções.
A região Norte contabilizou 338 novos casos, o Centro chegou aos 337, o Algarve contabilizou 76 e no Alentejo foram 32. Nas regiões autónomas houve 35 novas infeções na Madeira e 20 nos Açores.
Há agora 357 pessoas hospitalizadas com covid-19 em Portugal (menos 27 do que na quarta-feira), dos quais 73 em unidades de cuidados intensivos (mais seis).
Portugal tem neste momento 32 480 casos ativos, tendo esta quinta-feira sido contabilizados 836 doentes recuperados da infeção. Por outro lado, há 23 028 contactos em vigilância.
A Organização Mundial da Saúde avisou esta quinta-feira que a situação da pandemia de covid-19 na Europa é "muito preocupante" e apontou a cobertura insuficiente de vacinas e o relaxamento de restrições para explicar o aumento de casos nas últimas semanas.
"Estamos em outro ponto crítico para a eclosão da pandemia. A Europa está mais uma vez no epicentro da pandemia, onde estávamos há um ano. A diferença, hoje, é que sabemos mais e podemos fazer mais", disse o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) Europa, Hans Kluge, numa conferência de imprensa.
"A atual taxa de transmissão nos 53 países da região europeia é muito preocupante (...) se continuarmos nessa trajetória, poderemos ver mais meio milhão de mortes por covid-19 na região até fevereiro", afirmou.
Para a OMS, o aumento de casos é explicado pela combinação da insuficiente cobertura vacinal com o relaxamento das medidas anti-covid.
De acordo com os dados da OMS Europa, as hospitalizações ligadas à covid-19 "mais do que duplicaram numa semana".
O número de novos casos por dia tem aumentado há quase seis semanas consecutivas na Europa e o número de óbitos por dia aumenta há pouco mais de sete semanas consecutivas, com cerca de 250.000 casos e 3.600 mortes diárias, segundo dados oficiais por país compilados pela Agência France Presse.
O aumento atual é sobretudo impulsionado pela Rússia (8.162 mortes nos últimos sete dias), Ucrânia (3.819 mortes) e Roménia (3.100 mortes), de acordo com os mesmos dados.
A OMS apelou ainda para o uso contínuo e massivo de máscaras pela população.
"As projeções mostram que, se atingirmos uma taxa de uso de máscaras de 95% na Europa e na Ásia Central, poderemos salvar até 188.000 vidas do meio milhão de vidas que corremos o risco de perder até fevereiro de 2022", observou Kluge.
A dose de reforço da vacina contra a covid-19 deve ser realizada com as vacinas da Moderna (Spikevax) ou da Pfizer (Comirnaty), pelo menos seis meses após o esquema vacinal, segundo a Direção Geral da Saúde (DGS).
De acordo com a norma atualizada da DGS, esta recomendação é idêntica seja qual for a vacina que a pessoa tomou, mas "não é aplicável às pessoas que recuperaram de infeção por SARS-CoV-2".
A norma explica que a dose de reforço está recomendada para os residentes e utentes de lares, instituições similares e da rede de cuidados continuados integrados, pessoas com 80 ou mais anos de idade e pessoas com 65 ou mais anos.
Contudo, na quarta-feira, secretário de Estado Adjunto e da Saúde anunciou que será iniciado "muito em breve" o reforço de vacinação dos profissionais de saúde e do setor social com a terceira dose da vacina contra a covid-19.
O governante explicou que "não tinha sido publicitada" esta ação porque do ponto de vista operacional e logístico "é sempre um processo complexo", mas assegurou que até ao final da semana será divulgada uma orientação.
Na norma atualizada esta quinta-feira, a DGS lembra que "se o esquema vacinal primário tiver sido realizado com uma vacina de mRNA, a dose de reforço deverá ser da mesma marca".
Tanto as vacinas da Pfizer como da Moderna são de RNA mensageiro (mRNA) que codifica para a proteína S ("spike") do vírus SARS-CoV-2.
A DGS sublinha que o plano de vacinação contra a covid-19 "assenta em valores de universalidade, gratuitidade, aceitabilidade e exequibilidade" e tem como objetivos de saúde pública salvar vidas, através da redução da mortalidade, dos internamentos e dos surtos, sobretudo nas populações mais vulneráveis; preservar a resiliência do sistema de saúde, do sistema de resposta à pandemia e do Estado e mitigar o impacte económico e social da pandemia.
Foram ainda atualizadas duas outras normas referentes às vacinas da Moderna e da Pfizer. Para a da Moderna (Spikevax), a DGS aponta os 12 anos como idade mínima, com intervalo recomendado de 28 dias. A da Pfizer (Comirnaty) também foi aprovada na União Europeia para prevenção da covid-19 em pessoas com idade igual ou superior a 12 anos e o intervalo entre as duas doses primárias é de 21 a 28 dias.
A covid-19 provocou pelo menos 5.012.784 mortes em todo o mundo, entre mais de 247,54 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.180 pessoas e foram contabilizados 1.092.666 casos de infeção, segundo dados da DGS.