Novos casos e incidência disparam. Há mais de 500 internados

Der acordo com a DGS, o país contabilizou 2362 novos casos (número mais alto desde 13 de fevereiro) e quatro mortes nas últimas 24 horas. Incidência chega aos 176,9 infeções por 100 mil habitantes no continente.
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Portugal registou nas últimas 24 horas 2362 novos casos e mais quatro mortes por covid-19, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta quarta-feira (30 de junho).

Trata-se do maior número de infeções diárias desde 13 de fevereiro, dia em que foram reportados 2856 casos.

Na prática o número de novos casos disparou em todo o continente, sendo que 1336 infeções foram detetadas em Lisboa e Vale do Tejo, onde foram também declaradas três mortes. O Norte registou um aumento de 435 novos casos, no Algarve subiu 254, o Centro contabilizou mais 224 e o Alentejo mais 64. Nas regiões autónomas, os Açores contabiliza 35 novos casos e a Madeira mais 14 e um morto.

H​​​​​á agora 504 pessoas hospitalizadas (mais 12 do que no dia anterior). Deste total, 120 doentes estão internados em unidades de cuidados intensivos (mais um que na terça-feira).

Há nesta altura mais 1337 casos ativos em Portugal, totalizando 33 471, tendo sido declaradas 1021 pessoas recuperadas da doença. Há ainda mais 2166 contactos em vigilância.

A martiz de risco também continua a apresentar números preocupantes. Assim, a incidência está cada vez mais no vermelho registando uma nova subida, sendo agora no continente de 176,9 casos de infeção por 100 mil habitantes (era de 161,7 na anterior atualização), enquanto em todo o território chega aos 172,8 casos por 100 mil habitantes (158,5 na anterior atualização).

O R(t) também subiu, embora de forma ligeira, sendo de 1,15 no continente (era de 1,14) e de 1,14 em todo o território (era de 1,13).

Mais de um ano depois da adoção de medidas para fazer face aos efeitos da pandemia na economia e nas famílias, os despejos e os cortes de energia e comunicações eletrónicas voltam a ser permitidos a partir de quinta-feira.

As medidas cuja aplicação chega agora ao fim foram adotadas após a chegada da pandemia a Portugal, em março de 2020, e foram alvo de várias atualizações e prorrogações durante o último ano, com o objetivo de proteger as famílias e arrendatários habitacionais e comerciais.

Com a chegada do segundo semestre, chega também ao fim a moratória que impede despejos e denúncias de contratos de arrendamento, a suspensão da cessão dos contratos de arrendamento não habitacional, a redução nas rendas dos centros comerciais, a proibição de corte de comunicações eletrónicas e de energia e as moratórias bancárias.

As moratórias privadas da Associação Portuguesa de Bancos (APB) para crédito ao consumo terminam igualmente esta quarta-feira, depois de em março já terem chegado ao fim as moratórias privadas para crédito à habitação.

A vacinação contra o SARS-CoV-2 com o fármaco desenvolvido pela Moderna produz anticorpos contra a variante delta, anunciou esta quarta-feira a biotecnológica sediada no Massachusetts, nos Estados Unidos da América (EUA).

"A vacinação com a vacina covid-19 da Moderna produz títulos [um teste laboratorial que avalia a concentração] neutralizantes contra todas as variantes testadas, incluindo versões adicionais da variante beta (...) e das variantes delta", dá conta um comunicado divulgado pela biotecnológica.

De acordo com a nota, a vacina produzida pela Moderna também produz anticorpos contra as variantes do SARS-CoV-2 identificadas na Nigéria, Uganda e Angola.

Para concluir a eficácia do fármaco, explicita o comunicado, foram recolhidas "amostras de oito participante obtidas uma semana" depois de receberem a segunda dose.

A análise revelou "impacto mínimo em títulos neutralizante contra a variante alfa" e também "uma redução modesta em títulos neutralizantes contra a delta".

A Moderna acrescentou que está a desenvolver uma estratégia para combater "variantes emergentes".

O microbiologista João Paulo Gomes disse esta quarta-feira que a variante delta é 60% mais transmissível, tem o dobro das probabilidades de levar uma pessoa ao hospital, mas as vacinas mostraram-se eficazes a prevenir doença grave.

Em declarações à agência Lusa, o especialista do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge revelou, através de relatórios feitos por investigadores do Reino Unido (esta variante tem uma prevalência de 90% em Inglaterra) e dados das autoridades sanitárias britânicas que indicam que a delta é 60% mais transmissível do que a variante alfa (conhecida inicialmente como a do Reino Unido) e tem duas vezes mais probabilidade de levar a pessoa ao hospital, mas sublinha que os resultados da vacinação "são promissores e animadores".

"Com duas doses da vacina [AstraZeneca], a proteção conferida contra a hospitalização é na ordem dos 92%", afirmou o especialista, acrescentando: "Quem tenha a vacinação completa, este grau proteção contra a hospitalização é na ordem de 92% a 96% [vacina Pfizer], o que é excelente". "A palavra de ordem é vacinar", insistiu.

Segundo o mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal, divulgado pelo INSA, a variante delta, associada inicialmente à Índia, teve "uma subida galopante" na frequência relativa a nível nacional, passando de 4% em maio para 55,6% em junho, mas a sua distribuição "é ainda muito heterogénea entre regiões".

Segundo o INSA, a distribuição da variante delta varia entre 3,2% (Açores) e 94,5% (Alentejo), mas, tendo em conta a tendência observada entre maio e junho, "é expectável que esta variante se torne dominante em todo território nacional durante as próximas semanas".

Do total de sequências da variante delta analisadas até à data, 46 apresentam a mutação adicional K417N na proteína Spike, refere o instituto.

No entanto, sublinha, cerca de 50% destes casos restringem-se a apenas duas cadeias de transmissão de âmbito local, o que sugere que a sua circulação comunitária é ainda limitada, sendo a frequência relativa deste perfil (Delta+K417N) na amostragem nacional de junho de 2,3%.

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