Porto editora 'desconfina' os livros

A partir de junho, o maior grupo editorial do país regressa à atividade normal. Herberto Helder e Fernando Pessoa estão entre os primeiros a regressar às livrarias, mas também muita ficção e um 'manual' para compreender a covid-19.
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A Porto Editora anunciou hoje que "está de volta" e que no início do próximo mês chegam às livrarias vários lançamentos que têm estado interrompidos devido à pandemia. "Desconfinámos os livros", é a frase que simboliza o fim da paragem que começou em março, tal como na grande maioria das editoras portuguesas, e junho é o mês em que será retomada a atividade.

Para o administrador da Porto Editora, Vasco Teixeira, "é chegado o momento de darmos um sinal de confiança para a retoma do setor, de estimular o regresso dos leitores às livrarias". Daí que a lista agora anunciada conte com muitas "novas edições e apostas fortes nas áreas da ficção, não-ficção, poesia e infantojuvenil".

É o caso de um novo volume com a assinatura do poeta Herberto Helder, que sai dia 4, com o título Apresentação do Rosto. A obra foi publicada originalmente em 1968, mas foi então apreendida pela PIDE e a maior parte da edição destruída. Com cariz autobiográfico, é reeditada pela primeira vez com as alterações feitas pelo próprio autor num exemplar que tinha em seu poder.

Também Fernando Pessoa terá o livro intitulado O Caso Mental Português lançado, que recupera numa edição de Fernando Cabral Martins e Richard Zenith um ensaio de 1932, no qual o poeta analisa o fenómeno do provincianismo como característica-chave da mentalidade portuguesa. O volume conta ainda com vários inéditos.

A poesia não fica por estes dois nomes, pois logo no início do mês é publicado Poesia Completa, de Maria Alberta Menéres, assinalando o primeiro ano da sua morte. Reúne todos os livros de poesia entre 1952 a 1996, com vários poemas inéditos, bem como contos e ensaios, e um posfácio de autoria de E. M. de Melo e Castro.

Segue-se a 11 Inferno de Pedro Eiras e a 18 Obra Poética de Artur do Cruzeiro Seixas, um dos mestres surrealistas portugueses, no ano em que celebra o seu centésimo aniversário.

Ficção


A literatura de ficção regressa também nos primeiros dias de junho. É o caso de O Comboio das Crianças, de Viola Ardone, uma história em muito esquecida e baseada em factos verídicos de crianças de Nápoles e da fuga à miséria no pós-Segunda Guerra. Outro título que vem com grande sucesso de Espanha é o romance de Vanessa Montfort, Mulheres que Compram Flores. Diga-se que este livro já teve 22 edições no seu país e mais de 150 mil exemplares vendidos. A 18, é a vez do thriller O Golfinho, de Mark Haddon, considerado um dos melhores livros de 2019 e onde se conta a aventura de um pai e da sua filha entre mitos e lendas, fantasia e realidade.


Epidemia na não-ficção

Adam Kucharski terá o seu livro As Leis do Contágio publicado, um volume onde o epidemiologista da London School of Hygiene and Tropical Medicine apresenta os padrões matemáticos de uma doença infeciosa como a da covid-19 e procura responder aos intricados processos biológicos e sociais do fenómeno do contágio.

Para quem ficou em confinamento, será publicado um livro que fez muita falta nestes dias na cozinha: Comida Fit, de Gordon Ramsay. No mesmo estilo, segue-se o novo livro da nutricionista Sandra Ribeiro.

A assinalar o 50º aniversário da vida literária de Luísa Ducla Soares, será editado um livro em que a autora abre a porta da sua intimidade ao recordar, através de histórias, ilustrações e fotografias, momentos da sua vida e da sua carreira: Luísa - as histórias da minha vida.

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