Porto Editora com seis portugueses e um Pulitzer para 2009

A Porto Editora apresentou hoje o seu plano editorial até Abril que inclui a edição de seis autores portugueses, entre eles Francisco José Viegas, e o vencedor do Prémio Pulitzer do ano passado, Junot Diaz.
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"O mar de Casablanca" é o título do livro de Francisco José Viegas, o primeiro que editará depois de ter ganhado o ano passado o Prémio de Romance da Associação Portuguesa de Escritores.


Além de Francisco José Viegas, os outros autores portugueses anunciados foram
Gonçalo M. Tavares, João Céu e Silva, José Manuel Saraiva, Paulo Guinot e Pedro Sena-Lino.


Na sessão de apresentação de hoje, Paulo Gonçalves, representante da Porto Editora, afirmou que "há a preocupação de chegar a diferentes públicos".


Reconhecendo que a sua editora não tem uma forte tradição na área de ficção, onde se lançou recentemente, Paulo Gonçalves fez um balanço editorial positivo de 2008 no tocante à ficção e não-ficção (ensaio, memórias, espiritualismo).


O ano passado a Porto Editora vendeu 500.000 exemplares nas áreas da ficção e não ficção, tendo-se destacado "Feminino singular" da escritora italiana Sveva Casati Modignani, de quem no final do ano irá editar a obra completa.


Entre as apostas da Porto Editora, pelo Departamento Editorial de Lisboa (DEL-L), dirigido José Alberto Valente, está "A ofensa" de Ricardo Menéndez Salmón.


O livro "catapultou para o primeiro plano da literatura espanhola o autor", que foi distinguido o ano passado com vários prémios literários, disse Manuel Alberto Valente.


"Apesar de nem tudo o que se edita conste da nossa biblioteca pessoal, esta pérola consta da minha", afirmou Manuel Alberto Valente que o qualificou como "deslumbrante".


Outra aposta é "A breve e assombrosa vida de Oscar Wao", do escritor dominicano Junot Diaz, que venceu o Prémio Pulitzer de Ficção o ano passado e que sairá pela Delegação Editorial do Porto (DEL-P).


Cláudia Gomes, que dirige a DEL-P, salientou os territórios linguísticos - espanhol e inglês - que o autor aborda na sua "escrita rica e variada".


A Porto Editora aproveitou a sessão de hoje para apresentar a nova chancela, "Albatroz", que sucede à "Pelicano", anunciada em Julho passado e na qual nada foi editado, "por quesitos logísticos".


"Lágrimas de Darfour", escrito pela médica sudanesa Halina Bashir, que conta a sua experiência, e pelo jornalista da BBC Damien Lewis, será o primeiro título desta chancela vocacionada para o espiritualismo e as experiências de vida, que será gerida pelas duas delegações.


Relativamente aos autores portugueses, Gonçalo M. Tavares deverá começar a publicar "uma nova linha de ficção" ainda este ano, disse Cláudia Gomes.


José Manuel Saraiva, que sai da Oficina do Livro/LeYa, deverá editar "só no próximo ano", segundo Manuel Alberto Valente, enquanto João Céu e Silva editará em Março "Uma longa viagem com José Saramago", que trará "revelações inéditas", segundo o editor.


Manuel Alberto Valente afirmou que o livro "é uma grande entrevista com o Prémio Nobel, feita em Lisboa e Lanzarote, antes e depois da sua doença".


Na área de ensaio será editado de Paulo Guinote "A educação do meu umbigo".


O título remete para o blogue homónimo do autor sobre ensino, que recebeu o ano passado quatro milhões de visitas.


Paulo Gonçalves salientou que a Porto Editora pretende continuar a publicar ficção e não-ficção, "editando pouco mas tratando bem os autores, especialmente os portugueses".

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