Polícia esteve em casa de Guaidó. "O objetivo era gerar medo, mas não conseguiram"
As forças especiais da polícia deslocaram-se na tarde desta quinta-feira a casa do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, numa altura em que este e a sua mulher, Fabiana Rosales, estavam ausentes numa ação relacionada com a apresentação do seu plano para o país. Em casa estava a filha do casal, de 20 meses.
"Neste momento as forças especiais estão em minha casa, no meu lar. Responsabilizo o cidadão Nicolás Maduro pela integridade da minha filha, que ali se encontra", escreveu no Twitter o líder da Assembleia Nacional.
Juan Guaidó esteve ontem na Faculdade de Ciências Económicas e Sociais da Universidade Central da Venezuela, onde prometeu devolver o Estado aos cidadãos, garantir um governo de transição e realizar eleições livres.
O presidente da Assembleia Nacional reencontrou a filha poucos minutos depois, à porta de casa, aproveitando a presença dos jornalistas para voltar a atacar Nicolás Maduro. "A ditadura crê que nos vai amedrontar", disse Guaidó, que depois defendeu que há coisas "sagradas" como a família e pediu aos polícias e militares para não passarem essa linha. "A família é para se respeitar."
Perante jornalistas e muitos cidadãos, disse ainda, com a filha ao colo, que "o objetivo era gerar medo, mas não conseguiram".
Juan Guaidó é alvo de investigação por "crimes graves contra a ordem constitucional". O presidente do Supremo Tribunal de Justiça anunciou na terça-feira que o presidente da Assembleia Nacional está proibido de se ausentar do país e as suas contas bancárias foram bloqueadas. Mas conta também com fortes apoios no exterior, dos Estados Unidos ao Parlamento Europeu, que já o reconheceram como presidente interino do país.
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, condenou entretanto as "intimidações das forças repressivas da ditadura usurpadora" a Guaidó e à sua família. "Este é o diálogo de Nicolás Maduro", escreveu no Twitter.