Poirot resolve mais um crime, agora sem Agatha Christie

É o primeiro livro de Poirot lançado após a morte da escritora Agatha Christie. 'Os Crimes do Monograma' foi escrito por Sophie Hannah e já está à venda em Portugal.
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Sentado no seu café preferido, Hercule Poirot prepara-se para mais um jantar de quinta-feira quando é surpreendido por uma mulher.. Ela chama-se Jennie e diz estar prestes a ser assassinada. Este é o ponto de partida para mais uma aventura protagonizada pelo pequeno detetive belga, dono de brilhantes "celulazinhas cinzentas", criado pela escritora inglesa Agatha Christie (1890-1976). Mas este não é só mais um livro com Poirot, é o primeiro publicado após a morte da sua autora e, embora tenha o seu nome na capa, não foi efetivamente escrito por ela.

A família de Agatha Christie tem resistido às pressões das editoras mas, finalmente, deu a necessária autorização para que, 39 anos depois do seu último mistério, Poirot voltasse a desvendar um crime. Sophie Hannah, autora de bestsellers de ficção policial e poeta, foi a escritora escolhida para dar uma nova vida a Poirot.

Fã assumida de Agatha Christie, Sophie Hannah já escreveu oito romances policiais. Laura Thompson, escritora e jornalista do The Guardian, considera-a uma escritora "brilhante": "A sua ficção policial é soberba, os enredos são uma maravilha de criatividade. Ela é também uma escitora muito moderna, melhor até, dizem alguns, do que Christie." Mas Laura Thompson não ficou rendida a Os Crimes do Monograma. Aquela "aparente simplicidade" da escrita de Agatha Christie não é assim tão fácil de conseguir.

A verdade é que, neste livro, Sophie Hannah tem uma missão muito mais difícil, uma vez que não só tem de usar uma personagem que não foi criada por si, como também tenta agradar aos milhares de fãs que Poirot tem em todo o mundo. Será que vai conseguir? Os Crimes do Monograma foi lançado mundialmente e chegou hoje, também, às livrarias portuguesas pelas mãos da Asa, e independentemente do que digam os críticos, este será sem dúvida um dos acontecimentos editoriais do ano.

A ação deste novo livro passa-se em 1929: três corpos são encontrados em diferentes quartos do Hotel Bloxham, em Londres, cada um deles tem na boca um botão de punho com o monograma "PIJ". Poirot vai investigar o caso mas desta vez não conta com a ajuda do seu amigo capitao Hastings, nem do inspetor Japp nem da sempre prestável Miss Lemon. Em vez disso, tem consigo um jovem detetive da Scotland Yard, Edward Catchpool. Nenhuma referência é feita a alguma das histórias anteriores.

Mas Poirot continua igual a si mesmo: com o seu bigode cuidado, vaidoso e arrogante, mas íntegro e cavalheiro, obcecado com a ordem, até nas pequenas coisas, a dizer algumas frases em francês mas empertigado sempre que o confundem com um francês. E com as suas "celulazinhas cinzentas" a funcionarem perfeitamente.

Em torno do regresso de Poirot e precedendo as comemorações do 125º aniversário do nascimento de Agatha Christie, vai realizar-se esta semana, de 14 a 21 de setembro, em Torquay, Devon, em Inglaterra, o Festival Internacional Agatha Christie, no âmbito do qual Sohpie Hannah irá apresentar ao público, pela primeira vez, este novo livro de Hercule Poirot.

Para o próximo ano, está prevista a estreia na BBC de uma nova série, Unidos pelo Crime, que adapta duas histórias de Agatha Christie, e também uma nova adaptação do popular Dez Figuras Negras. Já foi assinado um acordo com a Fox para a produção de um remake de Um Crime no Expresso do Oriente, produzido por Ridley Scott, Mark Gordon e Simon Kinberg.

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