Ataque em escola da Crimeia: pelo menos 19 mortos e mais de 40 feridos
Um adolescente de 18 anos entrou esta manhã armado no Instituto Politécnico da cidade de Kerchs, no leste da Crimeia, matando pelo menos 17 pessoas e deixando mais de 40 feridos. Segundo as autoridades russas, o atacante era aluno do estabelecimento de ensino e suicidou-se após o ataque.
Informações iniciais davam conta de que teria havido um ataque com uma bomba, seguida de um tiroteio. Mas depois de uma primeira análise aos corpos, as autoridades concluíram que todos foram atingidos por tiros. O ataque foi então considerado "homicídio" e não um "ato terrorista", como inicialmente tinha sido apontado.
O corpo de Vladislav Roslyakov, o alegado autor do ataque, foi encontrado com feridas autoinfligidas. As autoridades russas - a Crimeia foi anexada pela Rússia em 2014 - dizem que ainda não são conhecidos os motivos do ataque.
Os media russos já divulgaram fotos do alegado autor do ataque, onde surge fortemente armado. Correspondente do The Telegraph diz que media alegam que tinha uma obsessão com assassinos em massa e que estava a imitar os responsáveis pelo ataque de abril de 1999 em Columbine, nos EUA (15 mortos, incluindo os dois atacantes). As fotos no Twitter são dos dois atacantes de Columbine e de Roslyakov (imagem mais à direita).
O primeiro-ministro da Crimeia, Sergei Aksyonov, tinha inicialmente dito que o atacante tinha 22 anos. Também tinha falado de 18 mortos, não se sabendo se entre estes estava contabilizado o atacante.
O Comité de Investigação da Rússia, citado pela agência Reuters, tinha primeiro falado num ataque com uma "engenho explosivo não identificado com objetos metálicos" que teria detonado na cantina do edifício. Várias testemunhas reiteram que houve pelo menos uma explosão.
Segundo a agência russa RIA Novosti, um segundo engenho explosivo terá sido encontrado entre as posses do principal suspeito, sendo desarmada.
A diretora da escola, Olga Grenennikova, também falara num engenho explosivo fora detonado por indivíduos armados que entraram no edifício a disparar contra os alunos e funcionários. As autoridades admitiram tratar-se de um ataque terrorista e teriam instruído os locais para que todas as crianças da cidade sejam retiradas das escolas por motivos de segurança.
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Segundo as primeiras informações, a causa do incidente fora uma explosão de gás. Porém, a agência russa RT, que citou o Comité Antiterrorista da Rússia, escreveu que acontecera uma "detonação de um engenho explosivo não identificado". Os media locais avançaram também que foram ouvidos disparos antes da explosão.
Dimitry Peskov, porta-voz do presidente Vladimir Putin, disse também aos jornalistas que as autoridades estão a investigar um possível ataque terrorista. Peskov disse que Putin instruiu os investigadores e aos serviços de informação a realizarem uma investigação completa e enviou as condolências aos familiares das vítimas.
"Isto é claramente um crime", disse Putin, após um encontro com o homólogo egípcio. "Os motivos serão cuidadosamente investigados", acrescentou, pedindo um minuto de silêncio em nome das vítimas.
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A Rússia anexou a Crimeia, região que pertencia à Ucrânia em 2014, num caso que desencadeou sanções dos países ocidentais.
A diretora da escola, Olga Grebennikova, descreveu o cenário que encontou quando chegou ao edifício, após o ataque.
"Há corpos em todo o lado, corpos de crianças em todo o lado. Foi um verdadeiro ato de terrorismo. Entraram cinco ou dez minutos depois de eu ter saído. Arrebentaram tudo na entrada, o vidro voava", disse aos media da Crimeia, citados pela Reuters.
"Ouvi tiros no primeiro andar. Precipitámo-nos para o corredor onde as pessoas estavam a correr e a gritar que um homem com uma metralhadora disparava contra toda a gente", disse um aluno à AFP, requerendo o anonimato. "Depois, houve uma grande explosão mas, felizmente, já estava cá fora. Vi a onda de choque que partiu as janelas", afirmou.
Notícia atualizada às 16.00