Peças queimadas no Museu Nacional do Rio de Janeiro podem ser reconstruídas em 3D
A chefe da Missão de Emergência da Unesco criada para reconstruir o Museu Nacional do Rio de Janeiro, Cristina Menegazzi, acredita que o acervo pode ser reconstruído com doações de outros museus e pelo uso de tecnologias avançadas, como impressoras 3D.
"Alguns objetos do acervo são únicos, mas outros são duplicatas, ou seja, vários do mesmo tipo. Estes acervos podem ser reconstituídos com doações de outros museus do mundo que tenham coleções similares", anunciou Cristina Menegazzi, esta terça-feira em Brasília.
Quanto às peças que foram completamente destruídas, a chefe da missão sugeriu o uso de tecnologias avançadas "para que o público possa voltar a ver a coleção em sua integralidade". A ideia é "construir obras únicas, que não se podem resgatar," com recurso a impressoras 3D, por exemplo.
Segundo Cristina Menegazzi, a maioria do acervo estava inventariada - último backup feito nos computadores do museu foi em fevereiro -, o que é muito importante, porque existirá assim "informações para, eventualmente, se pensar na reconstituição da coleção".
A encarregada da Unesco é a responsável por coordenar, durante dez dias, a task force de recuperação do Museu Nacional, que incluiu ainda o especialista do Centro Internacional de Estudos para a Conservação e Restauro de Bens Culturais (Iccrom) José Luiz Pedersoli e dois especialistas de Colónia, na Alemanha.
A prioridade é resgatar os objetos que possam ter resistido ao incêndio e depois preservar o edifício, um monumento património da Unesco. Há quem defende que o prédio do Museu Nacional seja mantido em ruínas...
No dia 3 de setembro, um incêndio de grandes dimensões destruiu quase por completo, o Museu Nacional do Rio de Janeiro. O fogo deflagrou no no edifício com 200 anos e terá queimado mais de 20 milhões de objetos, incluindo achados arqueológicos e outras coleções históricas do Brasil.