"Vamos processar criminalmente o Conselho Executivo da Escola Luciano Cordeiro, já tenho uma advogada e os responsáveis vão ter de prestar contas por tudo quanto aconteceu ao meu filho, para que sirva de emenda, procurando assim que casos semelhantes não aconteçam no futuro". A informação é adian- tada ao DN por Amália Pires, mãe de Leandro, a criança de 12 anos que no passado dia 2 desapareceu nas águas do Tua. .Questionada pelo DN se iria exigir alguma indemnização ao Estado, Amália Pires afirmou que "neste momento não tenho cabeça para isso, mas quero um castigo exemplar para aquelas pessoas que não têm coração nem capacidade para dirigir uma escola"..A mãe de Leandro recorda que se deslocou duas vezes à escola para alertar sobre a situação do filho. A primeira foi em Dezembro de 2008, quando Leandro foi agredido brutalmente por colegas da escola na central de camionagem e teve de ser internado no Hospital de Mirandela durante dois dias. "O Conselho Directivo pôs- -se de parte na altu-ra, dizendo que foi fora da escola e que o miúdo se devia ter defendido. Depois recebi a conta do hospital no valor de 517 euros, fui à PSP e apresentei queixa, que, segundo me disseram, transitou para o Ministério Público. Mas até hoje ninguém me disse nada.".Da segunda vez, o Leandro foi ter com a mãe ao local onde ela tira-va um curso profissional. "Vinha a chorar, levei-o de novo à escola, mas não ligaram", garante a mãe..Amélia Pires mostra-se inconformada pelo facto de ter sempre assinado a declaração em que proibia os seus dois filhos de saírem da escola, sem que isso tivesse sido acautelado no dia em que Leandro se atirou ao Tua. ."Como o portão estava sempre aberto e sem vigilante, as crian-ças saíam e entravam quando queriam. Mas hoje (quarta-feira) pedi a uma sobrinha para ir buscar à escola o meu Márcio e, agora sim, funcionou a segurança: telefonaram-me a perguntar se o miúdo podia sair. Se agora fazem assim, porque não o fizeram sempre?", interroga-se..É com base neste argumento que Amélia Pires considera que, se todas as normas de segurança na Escola Luciano Cordeiro fossem cumpridas, "ainda hoje tinha o Leandro junto de mim. Agora quero justiça e o castigo dos culpados"..O padre da aldeia de Cedainhos (ver texto secundário), José Luís Coelho, também ele professor, diz não compreender o que se passou. No entanto, o pároco recorda uma frase inscrita num cartaz na Direcção Regional Educação do Norte (DREN): "Se uma escola não educa, feche-se."