Página "Territórios palestinianos" desaparece do site da diplomacia dos EUA

O desaparecimento de uma página dedicada aos Territórios palestinianos no <em>site</em> do Departamento de Estado norte-americano suscitou polémica entre os palestinianos, que consideram uma confirmação da política pró-israelita da administração de Donald Trump.
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Questionado pela agência France Presse, um responsável do Departamento de Estado assegurou na terça-feira que não se trará de uma "mudança de política" dos Estados Unidos em relação à Autoridade Palestiniana, atribuindo a modificação à "atualização" do site que está a decorrer.

Não precisou, no entanto, se a página em questão será reposta.

O site state.gov tem vindo a ser alvo de uma grande reforma e alguns observadores constaram nos últimos dias que tinha desaparecido a página "Territórios palestinianos", com informações sobre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, que integrava a secção do Médio Oriente.

A única referência aos palestinianos encontra-se agora na página dedicada a Israel, quando a diplomacia norte-americana evoca a sua esperança de conseguir um "acordo de paz" israelo-palestiniano.

O governo da Autoridade Palestiniana condenou o desaparecimento da página, considerando que reflete "o preconceito pró-israelita" da administração Trump.

"Recusar ver a realidade não basta para apagar a existência", escreveu na rede social Twitter o secretário-geral da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat.

Antigo embaixador dos Estados Unidos em Israel sob a presidência de Barack Obama, Dan Shapiro classificou a mudança de "louca".

"Os palestinianos não vão desaparecer. Os interesses norte-americanos exigem que discutamos com eles", indicou no Twitter.

O Departamento de Estado já tinha deixado de falar de "territórios ocupados" em alguns dos seus territórios e o embaixador norte-americano em Israel, David Friedman, considerou que o Estado hebreu tem "o direito de conservar uma parte" da Cisjordânia ocupada. Os Estados Unidos também cortaram quase toda a ajuda que davam aos palestinianos.

Depois de Trump ter reconhecido unilateralmente Jerusalém como capital de Israel no final de 2017, os dirigentes palestinianos têm recusado qualquer contacto com os norte-americanos.

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