OTRO, o restaurante que combina a arte de Vítor Sobral e perfumes exclusivos
Um empresário que queria entrar na área da restauração com um conceito diferente e um convite aceite pelo chef Vítor Sobral. Foi assim que nasceu o OTRO, um restaurante na Rua Rodrigues Sampaio, em Lisboa, paralela à Avenida da Liberdade, onde cada detalhe foi idealizado para ser uma experiência integrada, em que todos os sentidos foram considerados. O OTRO abriu em outubro de 2020, mas a pandemia atrapalhou os planos. Agora com o fim gradual das restrições ganhou uma nova vida e está aberto para jantares até às 02h00 da manhã.
O menu é rico e variado. Mas no OTRO há um outro tipo de experiências além da gastronomia essencialmente portuguesa desenhada pelo chef Vítor Sobral. E é também neste campo que se destaca, pois existe à disposição dos clientes uma limitada e exclusiva seleção de perfumes, uma das áreas de negócio do empresário Hugo Banha. Alguns podem ser experimentados na casa de banho, onde existe uma pequena montra. E se quiser surpreender a sua companhia, pode comprar uma fragrância que lhe é entregue na mesa num ambiente único, dentro de uma campânula e envolta num fumo verde.
"É uma parceria simpática. O OTRO é um restaurante essencialmente de jantares, com uma vida e um ambiente mais virados para a noite, para as pessoas irem jantar e ficarem. Na ida a um restaurante o fundamental é comer bem. Mas podemos ir com várias formas de estar. Aqui o desafio era para um público que procura a moda. Quando falo em moda refiro-me aos noctívagos no bom sentido, mas que gostem de comer bem. A proposta era essa e julgo que foi bem conseguida", disse ao DN o chef Vítor Sobral.
O espaço foi concebido e decorado pelo departamento de arquitetura do OTRO Group, onde se destacam as cores cinza e verde, os veludos e o mármore. Os colaboradores estão vestidos pelo private tailoring do grupo (outra área de negócio de Hugo Banha) e há música ambiente a cargo de um DJ.
À entrada, no lobby, o balcão convida a tomar algo antes de passar à sala principal (também há uma esplanada, se preferir). Depois há muito por onde escolher. As entradas vão desde o tártaro de novilho com avelãs e caviar (28 euros), a um foie gras com figos secos confitados, cebolinhas e cássis (24), ou umas vieiras coradas com emulsão de manga e coco (18,50).
Nos pratos principais a escolha é variada. Bochechas de porco preto (19,50), bife do lombo (29,50) ou paella de couve-flor assada (17) são alguns exemplos nos quentes. Nas essências do mar há vários pratos de bacalhau - bacalhau fresco em panko (24), bacalhau fresco confitado (25) ou simplesmente no forno (35). E ainda um arroz de carabineiros (38) ou lombo de atum (28,50).
A carta de vinhos e de bebidas também foi cuidadosamente selecionada, com referências nacionais e internacionais, como o Pêra-Manca ou o champanhe Armand de Brignac Gold Brut.
Na carta de sobremesas, além da tradicional mousse de chocolate (6,50) ou de um pratão de fruta (12), pode experimentar o bolo de queijo (14,50) e um pudim de chá verde (7,50). Ou simplesmente um creme queimado (8,50).
Lançámos o desafio a Vítor Sobral para eleger entre o extenso e rico menu alguns pratos: "Destacaria todos. Depende muito do gosto de cada um. A nível de entradas há dois ou três pratos que me encantam, o carpaccio, o tártaro e as vieiras. Nos pratos principais destaco o arroz de carabineiros. Também gosto de um bom bife grelhado ou do bacalhau com foie gras. Mas o meu prato de eleição nos quentes é mesmo o arroz de carabineiros. Para sobremesa talvez o bolo de queijo."
Vítor Sobral é um dos chefs portugueses mais presentes no mundo, com restaurantes em dois continentes. Depois da sua primeira Esquina, a Tasca da Esquina em Lisboa, multiplicou as Esquinas em Campo de Ourique - Peixaria da Esquina (2016) e Padaria da Esquina (2018), agora em mais dois bairros (Alvalade e Restelo). Levou as Esquinas para o Brasil, primeiro com a Tasca da Esquina de São Paulo (2011) e depois com duas Padarias da Esquina, além da Tasquinha da Esquina, no Shopping Morumbi.
Este conceito do OTRO, porém, é um pouco diferente. Mas algo semelhante ao que já tinha feito no passado. "Há muitos anos que não fazia conceitos na linha do que é o OTRO. Mas no passado fiz. Estou há 34 anos na cozinha, estive nos conceitos do Alcântara Café, do Café-Café, do próprio Terreiro de Paço. Neste projeto foi aproveitar a qualidade de todo esse conhecimento anterior e atualizá-lo aos momentos de hoje, no fundo àquilo que evoluí como cozinheiro", concluiu.