Os fãs da "Guerra dos Tronos": últimas vítimas da guerra comercial EUA-China
Em todo o mundo milhões de pessoas assistiram ao sexto episódio da oitava temporada de a "Guerra dos Tronos" e ficaram a conhecer o destino que os argumentistas escolheram para as várias personagens e quem afinal se sentou no trono de ferro. Mas, houve alguns milhares de adeptos da série inspirada nos livros de George R. R. Martin - "As Crónicas de Gelo e Fogo" - que foram impedidos de ver essa derradeira hora e 20 minutos: os chineses que foram, assim, as mais recentes vítimas da guerra comercial entre os EUA e o país liderado por Xi Jinping.
Na China, os fãs desta aventura pela conquista da liderança dos Sete Reinos - no final ficaram seis - foram surpreendidos com uma mensagem que surgiu nos ecrãs quando se preparavam para ver o episódio. "Problemas na transmissão" podia ler-se segundo o site do The Wall Street Journal o que deixou milhares de chineses indignados.
Ao diário norte-americano a HBO garantiu que não teve qualquer problema na transmissão, mas que a Tencent tinha sido impedida de o divulgar devido à atual guerra comercial entre os EUA e a China.
A "Guerra dos Tronos" era um das séries de topo no país com "mais de 550 milhões de visualizações no Tencent Video na temporada que agora terminou", adianta o The Wall Street Journal. Este episódio já está nos sites ilegais a que os chineses têm acesso, mas ainda não se encontra na plataforma de streaming.
Este caso foi o mais recente da guerra comercial entre os EUA e a China depois de no fim de semana o presidente dos EUA, Donald Trump, ter assinado uma ordem executiva a proibir as empresas norte-americanas de usarem equipamentos de telecomunicações de firmas estrangeiras consideradas de risco como a chinesa Huawei.
Na sequência desta decisão a Google anunciou que ia suspender as relações comerciais com a Huawei e deixar de fornecer atualizações do sistema Android. A empresa chinesa garantiu entretanto que iria providenciar atualizações de segurança e serviços pós-venda para os smartphones Huawei e Honor.
Entretanto, já na manhã desta terça-feira o governo dos Estados Unidos anunciou que as empresas têm um período de três meses para negociar com o gigante das telecomunicações, mantendo-se assim a possibilidade de existirem atualizações nos sistemas.