Os culpados da radicalização da política ibérica

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Quando decidiram abrir as portas do poder aos extremismos, de que PSOE e PS eram tradicionalmente fronteira, apenas pela avidez do poder a todo o custo, Pedro Sánchez, como António Costa foram os grandes responsáveis pela normalização dos radicalismos enquanto opção no poder, em Espanha e em Portugal.

Com noção de que na política não vale tudo, Felipe González e Mário Soares recusaram sempre vender a alma ao diabo. Até à ascensão doa atuais líderes socialistas na península ibérica, o PS governou mais do que uma vez com maiorias relativas e não inviabilizou governos minoritários de centro-direita. Felipe González,, por seu lado, chegou mesmo a propor ao Partido Popular um compromisso para que quem vencesse, fosse governo e coerentemente, criticou em 2016 a geringonça espanhola a que Pedro Sanches recorreu para governar com o apoio da extrema-esquerda do Podemos liderada por Pablo Iglésias, a par de herdeiros do terrorismo da ETA e outros independentistas, critica esta que reforçou em 2020. O resultado da inconsciência de Pedro Sánchez e António Costa é agora muito evidente.

Quando governaram da forma como governaram, Pedro Sánchez e António Costa tornaram inevitável a possibilidade de, também à direita, se ter de governar com o apoio de partidos extremistas. A razão é óbvia. Não sendo assim, pala fragmentação dos votos à direita, a recusa dessa ponderação perpetuaria a esquerda democrática, junta à esquerda extremista no poder. Esse legado é-lhes nessa medida imperdoável.

Numa democracia saudável, quem vence, deve governar. E com compromissos entre líderes lúcidos, coligações só com partidos absolutamente comprometidos com o regime democrático, empenhados em melhorá-lo e não na sua fragilização, ou destruição. Infelizmente, em 2018 em Espanha e em 2015 em Portugal, isso acabou.

Em condições normais, quando se avaliassem os resultados das eleições de domingo passado, estar-se-ia a assistir à passagem de testemunho a Alberto Núñez Feijóo e ao Partido Popular, que poderiam exercer o poder com maioria relativa e com o PSOE a garantir condições mínimas para que assim sucedesse, honrando o bom espírito democrático.

Infelizmente, o que provavelmente teremos será, por culpa exclusiva de Pedro Sánchez, a mais uma escalada nas fórmulas de radicalização que dividem a sociedade espanhola. É pena é trágico.

Líder do CDS

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