Os amores e as desventuras de Chopin e George Sand

'Maiorca' é o bailado em que o coreógrafo Paulo Ribeiro e o pianista Pedro Burmester evocam a vida do compositor polaco.
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Inverno de 1838, o compositor Frédéric Chopin e a amante, a escritora francesa George Sand, chegam a Palma de Maiorca para viver um idílio amoroso num lugar ensolarado. Mas tudo corre mal. Os amantes são mal acolhidos pela comunidade, o piano de Chopin não chega e a sua saúde deteriora--se. Porém, no meio destes destroços, o músico compõe os seus famosos prelúdios.

Este é o ponto de partida de Maiorca, em cena até hoje no Teatro Municipal S. Luiz, em Lisboa, a mais recente criação do coreógrafo Paulo Ribeiro, em parceria com o pianista Pedro Burmester, que interpreta ao vivo os 24 Prelúdios criados pelo compositor polaco.

A obra, que integra as comemorações do bicentenário do nascimento de Chopin levadas a cabo pelo Teatro S. Luiz, representa, para Paulo Ribeiro, "o regressa à dança pura", como ele próprio afirma.

Despojada de teatralidade, esta peça constrói-se a partir da interacção dos bailarinos com o espaço e com um conjunto de peças de madeira que se vão transformando e reconfigurando permanentemente o cenário. Começam por ser destroços e transformam-se em castelos, casas, muros.

"Os destroços podem sempre ser transformados noutra coisa. Foi o que fez Chopin e foi o que eu quis fazer neste trabalho, com arquitectura do cenário", explica o coreógrafo.

É no mais profundo silêncio que começa esta peça, com movimentos lentos, fusionais, em que os bailarinos dançam em andamento lento. É também deste silêncio que se eleva, depois, o piano de Burmester e com ele a dança ganha ritmo e dramatismo.

O pianista considera que este bailado, concebido por Paulo Ribeiro, "traduz muito bem a natureza romântica, subtil, fragmentária e mutante destes prelúdios de Chopin".

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