OMS prevê para este ano possível fim da fase aguda da pandemia
É possível acabar com a fase aguda da pandemia de covid-19 este ano, afirmou esta segunda-feira o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), embora, atualmente, a infeção por SARS-CoV-2 provoque uma morte a cada 12 segundos no mundo.
"Podemos acabar com a fase aguda da pandemia este ano, podemos acabar com a covid-19 como emergência sanitária mundial", o nível de alerta mais alto da OMS, declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus. Mas para que isso aconteça é necessário atingir algumas metas, afirmou. Um dos objetivos que deve ser cumprido é o de conseguir vacinar 70% da população mundial.
O responsável alertou, no entanto, que é "perigoso supor que a Ómicron (variante muito transmissível) será a última", porque as condições são "ideais" no mundo para que outras variantes surjam, inclusive outras mais transmissíveis e virulentas.
Para acabar com a fase aguda da pandemia, os países não devem ficar de braços cruzados e são obrigados a lutar contra a desigualdade na vacinação, vigiar o vírus e as suas variantes e aplicar restrições adaptadas, explicou Tedros Adhanom Ghebreyesus, na abertura da comissão executiva da OMS, que se reúne durante toda esta semana em Genebra.
Em África, 85% da população recebeu só uma dose da vacina, destacou. Tedros Adhanom Ghebreyesus pede há semanas insistentemente aos Estados-membros que acelerem a distribuição de vacinas nos países pobres, com o objetivo de conseguir vacinar 70% da população de todos os países do mundo em meados de 2022.
Destaquedestaque"É verdade que vamos viver com a covid-19 (...), mas aprender a viver com a doença não deve significar que temos que deixar o caminho livre"
Metade dos 194 Estados-membros da OMS não alcançaram o objetivo de chegar a 40% da população vacinada no final de 2021, segundo a instituição. Enquanto isso, o coronavírus SARS-CoV-2 continua a fazer vítimas. Na semana passada, uma pessoa morreu a cada 12 segundos no mundo devido à doença e a cada três segundos foram registados 100 novos casos, segundo o diretor da OMS.
A Ómicron surgiu em novembro e fez disparar o número de casos. Desde então, foram contabilizados 80 milhões de novos contágios.
Mas "até agora, a explosão de casos não foi acompanhada por um aumento das mortes, embora os óbitos tenham aumentado em todas as regiões, sobretudo na África, a região com menos acesso às vacinas", segundo o responsável.
"É verdade que vamos viver com a covid-19 (...), mas aprender a viver com a doença não deve significar que temos que deixar o caminho livre. Não deve significar que temos que aceitar que 50 000 pessoas morram todas as semanas devido a uma doença que podemos prevenir", disse.
No domingo, o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, considerou que poderia haver uma saída da pandemia de covid-19 na região. Em comunicado publicado nesta segunda-feira, Kluge destacou que "a Ómicron está a aultrapassar a Delta a uma velocidade sem precedentes na Europa. Menos de dois meses depois de ser detetada na África do Sul, esta variante já representa 31,8% dos casos na região europeia, contra 15% na semana passada", acrescentou.
Em França, que representa a maior taxa de incidência do continente, o certificado de vacinação entrou em vigor nesta segunda-feira e é visto como um endurecimento das normas para as pessoas que não se vacinaram contra a covid-19, o que gerou forte polémica no país.
Na China, o confinamento generalizado da cidade de Xian (norte) foi levantado na segunda-feira, informaram as autoridades, que disseram também que detetaram 72 casos de covid-19 entre os participantes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que vão decorrer entre 4 a 20 de fevereiro.