OCDE volta a avaliar sistema científico e académico português

Dez anos depois de idêntica análise, o ministro da Ciência Manuel Heitor pediu nova avaliação
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A OCDE aceitou hoje o pedido do ministro português da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, para realizar uma nova avaliação do sistema científico e de ensino superior do país, dez anos depois de um exame idêntico pela mesma organização internacional, que contribuiu, na altura, para uma maior internacionalização do sistema universitário e científico português.

"Esta avaliação é necessária, se queremos reposicionar Portugal no mundo", afirmou ao DN o ministro Manuel Heitor, que esteve hoje reunido, em Paris, com os diretores das divisões de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação, da OCDE, que aceitaram o seu desafio. "A avaliação vai ser lançada nos próximos meses para, ainda em 2016, poder avançar", adiantou Manuel Heitor ao DN.

"Portugal passou por uma grande crise financeira, houve um desinvestimento no sistema científico nos últimos quatro anos e agora precisamos da visão independente da OCDE, para reavaliar o sistema e perceber como é possível voltar a reforçá-lo e a dignificar a comunidade científica e académica", explicou o ministro.

Nos últimos quatro anos houve uma quebra de investimento nos sistema científico nacional da ordem dos 530 milhões de euros, tanto em termos de investimentos públicos e como privados. "Foi dito aos portugueses que o investimento privado na ciência não sofreria abrandamentos, mas isso não aconteceu", adianta o ministro, sublinhando que "sempre que há desinvestimento por parte do setor público, acontece o mesmo no privado, e foi isso que sucedeu".

A avaliação independente por parte da OCDE constituirá, por isso, uma base sólida, nomeadamente, para um refinanciamento informado do sistema científico.

A avaliação da OCDE ao sistema científico e académico português de 2006 detetou, na altura, uma fraca internacionalização das universidades, e acabou dar origem à preparação do novo regime jurídico das instituições, com reflexos profundos no seu financiamento e organização, e na sua maior abertura ao exterior. A nova avaliação, uma década depois, poderá trazer consigo mais uma revolução discreta.

Filomena Naves

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