O velhinho Hubble ainda bate recordes de distância cósmica

O telescópio espacial conseguiu captar a imagem da mais distante galáxia até hoje observada
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Já com mais de 25 anos de serviço, o telescópio espacial Hubble continua a conseguir surpreender. Agora, os cientistas confirmaram que o aparelho foi capaz de fotografar uma galáxia a 13,4 mil milhões de anos-luz de distância, batendo assim o recorde de distância observada.

Porque a luz se desloca a uma velocidade finita, quanto mais longe está o objeto observado mais antiga é a imagem que captamos. Assim, a luz da galáxia GN-z11 que hoje vemos partiu da sua origem há 13,4 mil milhões de anos e demorou todo este tempo a chegar até nós.

Ou, dito de outra forma, o que vemos é a imagem da galáxia como era apenas 400 milhões de anos após o Big Bang.

[citacao:Quando o telescópio foi lançado, estávamos a estudar galáxias com cerca de metade da idade do cosmos. Agora, conseguimos ver até 97% do passado]

Os cientistas da Universidade de Yale que confirmaram a observação do Hubble têm um elevado nível de confiança nas medições realizadas e publicam as suas conclusões no Astrophysical Journal.

"O Hubble voltou a demonstrar, após quase 26 anos no espaço, quão especial é", disse à BBC o astrónimo Pascal Oesch, o líder da equipa que realizou o estudo. "Quando o telescópio foi lançado, estávamos a estudar galáxias com cerca de metade da idade do cosmos. Agora, conseguimos ver até 97% do passado. É um feito extraordinário".

O Hubble estará já no limite do que consegue observar, mas não será preciso esperar muito para que a humanidade obtenha imagens ainda mais antigas. Está em construção o Telescópio Espacial James Webb, cujo lançamento é previsto para 2018.

Os cientistas acreditam que este aparelho será capaz de olhar cerca de 200 milhões de anos-luz mais além do que o Hubble.

A GN-z11 é 25 vezes mais pequena do que a Via Láctea, tendo apenas 1% da massa da galáxia em que vivemos. No entanto, emite mais luz do que os astrónomos esperavam. "Desafia alguns dos nossos modelos, mas mostra que a constituição das galáxias já acontecia de forma acelerada no universo primevo", acrescentou Pascal Oesch.

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