O terrorismo e Portugal. Quantos já foram vítimas?

No quadro europeu, Portugal tem sido um verdadeiro paraíso no que toca a terrorismo: nenhum atentado e poucos aderentes nacionais ao Estado Islâmico. Pelo mundo fora o jihadismo já terá feito 14 vítimas lusas.
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Quantos portugueses vítimas de terrorismo?

- A última vítima portuguesa do terrorismo foi um jovem emigrante, Renato Silva, alvejado na cabeça durante um sequestro a um supermercado em Trèbes (sul de França) levado a cabo por um jihadista francês de origem marroquina, Radouane Lakim. O Presidente da República visitou-o no hospital e disse que estará em "franca recuperação". O jihadismo já terá feito 14 vítimas portuguesas, desde o 11 de Setembro. A última antes de Renato Silva tinha sido uma turista de 74 anos, atropelada num atentado em Barcelona, em agosto do ano passado. Nestes 16 anos, morreram portugueses em lugares tão dispersos como Estados Unidos, Indonésia, Marrocos, Mali, Tunísia, França e Burkina Faso. Cinco das mortes ocorreram logo no ataque primordial de 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque: António Rocha, Carlos da Costa, João Aguiar, Manuel da Mota e António Carrusca Rodrigues tinham entre 30 e 41 anos. Um ano depois, em Bali, Indonésia, o soldado paraquedista Diogo Ribeirinho foi uma das 202 vítimas mortais de um atentado numa discoteca. Em Marrocos, em 2011, num atentado contra o turístico café Argana, em Marraquexe, 17 pessoas morreram, na maioria estrangeiros, entre eles André Silva, português de 23 anos. No Mali, em 2014, Gilberto Leal foi morto por um grupo jihadista que o raptara dois anos antes. Na Tunísia, em 2015, Maria da Glória Moreira, 76 anos, viúva, foi uma das 38 vítimas mortais de um ataque terrorista numa estância turística em Sousse, a 26 de junho. Nos atentados de Paris, em novembro de 2015, estavam três portugueses entre os mais de 130 mortos: Manuel Colaço Dias, 63 anos, de Mértola (no atentado junto ao Estádio de França), Précilia Correia, 35, do Montijo (no Bataclan), e Christine Gonçalves, de 50 anos. Em janeiro de 2016, 29 pessoas morreram no Burkina Faso, entre elas António Basto, natural de Massarelos.

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O que fazer com os jihadistas portugueses?

- Uma dúzia ou pouco mais de jovens portugueses decidiram juntar-se ao Estado Islâmico, tendo sido radicalizados no estrangeiro. Três já terão morrido, abatidos pelos raides da aliança internacional que combate o Estado Islâmico na Síria ou, num dos casos, num atentado suicida: Mikael Batista (que foi de Paris para a Síria), Sandro Monteiro (Funa), oriundo de Monte Abraão (Sintra) e radicalizado em Londres, e José Parente, nascido em França, filho de pais originários de Tondela, que se fez rebentar num atentado suicida no Iraque, em 2014. Em novembro do ano passado, o DN noticiou que em Portugal existiriam sete investigações judiciais sobre jihadistas. Com o Estado Islâmico (EI) a perder força, o regresso dos seus operacionais à Europa preocupa as autoridades. Caso sejam detetados no território nacional serão cumpridos os mandados internacionais de detenção. Os portugueses que se juntaram ao EI terão tido, pelo menos, 18 filhos, a maioria na Síria.

Quantos atentados na Europa?

- A grande emergência internacional de um novo terrorismo islâmico deu-se a 11 de setembro de 2011, com os ataques às Torres Gémeas, em Nova Iorque. Mas só a 11 de março de 2004 é que a Al-Qaeda chegou à Europa, com vários ataques coordenados no sistema ferroviário de Madrid (193 mortos, sendo o atentado mais mortífero levado a cabo pelo terrorismo islâmico na Europa). Desde então, o jihadismo atingiu a França (259 mortos), o Reino Unido (90), a Bélgica (35) e a Alemanha (12). Em Portugal não há vítimas nem atentados a registar.

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