O surf está de volta, é amigo do ambiente e tem Graça

Cinco etapas para encontrar os campeões. Um dos candidatos é Santiago Graça, de 12 anos. Valor do prémio mantém-se
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Santiago Graça tem 12 anos (nasceu em 2006) e é o elemento mais novo de uma família onde todos gostam de surfar. Desde muito cedo que acompanha os dois irmãos mais velhos e o pai, Miguel Graça, treinador de surf, nas rotinas das aulas/treinos no Guincho (Cascais), a sua praia favorita. "O meu pai levou-me ao mar aos quatro anos e eu gostei tanto que já não queria sair. A prancha começou a ser o meu objeto preferido", contou ao DN o jovem atleta, prometendo competir sem medo "dos grandes", na Liga MEO, a principal competição nacional de surf, que atribui os títulos nacionais e que vai arrancar em março.

Fã de Frederico Morais (Kikas) e de John John Florence (havaiano bicampeão mundial), o jovem surfista português não se acanha na ambição. "O meu objetivo é começar já a competir com esses surfistas, pois é uma grande experiência para a minha idade e assim tenho a oportunidade de melhorar o meu surf. No Moche Groms Cup gostava de ganhar todas as etapas", disse ao DN aquele que já é uma das grandes esperanças da nova geração de surfistas.

Em 2016 foi campeão Moche Groms by Saca - sub-12, vice--campeão Grom Search - sub-12 e vice-campeão Volcom TCT Europa - sub-10. E nesta altura, a dimensão do talento mede-se também pelo número de patrocinadores que já tem aos 12 anos: oito!

Sonha estar entre os melhores e por isso passa muito tempo a observar os adversários, "ver a abordagem deles à onda e como treinam as manobras". Primeiro "para os imitar", depois para saber como os pode vencer. Se tiver de ir para uma etapa e competir com Kikas ou Vasco Ribeiro, como será? "É fixe e assustador, porque eles são muito melhores surfistas", respondeu, explicando que o mar não lhe mete medo, apesar de já ter "apanhado alguns sustos".

A Liga MEO Surf foi ontem apresentada em Lisboa, sob o lema da sustentabilidade ambiental. "Queremos melhores surfistas, mais agentes ativos na modalidade e a sustentabilidade das ondas e das praias de Portugal", defendeu Francisco Rodrigues, presidente da Associação Nacional de Surfistas.

A preservação da orla costeira e a promoção de uma melhor consciência ecológica serão mais do que uma preocupação dos surfistas, que, de uma forma geral, têm participado ativamente na limpeza das praias e dos oceanos entre etapas. "Nós, enquanto surfistas, temos a responsabilidade e o dever de sermos os guardiões daquele que é o nosso principal recurso, o mar", lembrou José Ferreira, vice--campeão nacional de 2016.

Tiago Pires, Vasco Ribeiro, Kikas e Teresa Bonvalot são as principais referências da modalidade em Portugal, mas não puderam estar presentes no evento e enviaram mensagens a elogiar a prova onde os melhores surfistas do país vão competir em cinco etapas: Figueira da Foz, Ericeira, Porto/Matosinhos, Praia Grande e Carcavelos/Guincho (ver calendário).

O valor dos prémios mantém-se nos 90 mil euros distribuídos entre a competição e os troféus paralelos, como a Allianz Triple Crown: 6 mil euros. A melhor manobra Renault Expression Session e a Somersby Onda do Outro Mundo: 2500 euros/anuais, cada. Os municípios da Figueira da Foz, Mafra, Sintra e Cascais vão premiar os melhores surfistas locais com 1500 euros. E a Moche Groms Cup entrega uma bolsa desportiva global de 2500 euros.

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