O regresso festejado a Portugal dos novíssimos Tindersticks

Grupo britânico actua hoje em Lisboa e amanhã no Porto. 'The Hungry Saw' é o último disco de originais da banda inglesa <br />
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Estiveram ontem no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, Açores. Hoje actuam numa sala que lhes traz "muitas memórias", o Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Amanhã sobem ao espaço Clubbing Optimus, na Casa da Música. Eles são os Tindersticks, uma das bandas mais acarinhadas pelo público português.

Desde 1995 que a presença do grupo liderado por Stuart Staples é recorrente em palcos portugueses. Nesse ano actuaram na Aula Magna e a recepção que tiveram foi uma surpresa, como recordou Staples ao DN: "A primeira vez que fomos a Lisboa chegámos de comboio, à noite. Chegar a um sítio que desconhecíamos e de repente sentirmos uma forte ligação à nossa música foi estranho."

Esta relação entre o público português e os Tindersticks originou mesmo a edição de um disco ao vivo, gravado no Coliseu, a 30 de Outubro de 2001. "Foi uma altura muito especial. Andávamos em digressão, tocávamos com orquestras das cidades por onde passávamos, sendo que o baterista (Alasdair Macaulay) saiu a meio da digressão. O Coliseu foi a última data e por isso foi tão especial, pois foi a súmula dos desafios que enfrentámos. Foi um momento excelente", lembrou Staples.

A melancolia e tristeza muitas vezes referidas como características do fado são apontadas como possível ligação de Portugal à música dos Tindersticks. O vocalista não nega: "O fado vem das pessoas e é uma forma de se ligarem às emoções mais tristes, que fazem parte da vida."

Mas desde então muito mudou. Saído na digressão de 2001, Macaulay, regressou pouco depois e gravou em 2003 com o grupo Waiting for the Moon. Dois anos depois, Staples edita o primeiro álbum a solo e embarca numa digressão: "Quando lançámos Waiting for the Moon faltava-nos algo, uma separação". Em 2006 três membros fundadores abandonam o barco. Começam rumores de que o fim dos Tindersticks estaria perto: "Claro que me passou pela cabeça, mas estava a escrever sem o grupo de há 12 anos e a aprender quem era e o que precisava", revela Staples. Foi esse período a solo que o motivou a trabalhar de novo com o grupo: "Sem querer soar a cliché, foi essa fase que tornou especial o momento em que nos voltámos a reunir." O reencontro produziu um disco, The Hungry Saw.

Serão estes Tindersticks, renascidos das cinzas,e com novos membros, que se apresentam hoje em Lisboa e amanhã no Porto.

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