O que mudou no combate

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Na Primeira Guerra Mundial, o modo de combater caracterizava-se pela importância do fogo nas operações. A proteção blindada (os carros de combate surgiram no final da guerra) era incipiente face a esse poder do fogo e os combatentes abrigavam-se com a fortificação do terreno. Surgiram as trincheiras: eriçadas de arame farpado, minas espalhadas na "terra de ninguém", com o crepitar das metralhadoras, as barragens de artilharia por vezes com granadas químicas e o lançamento de granadas de mão, eram praticamente impenetráveis. Quando se rompiam à custa de autênticos banhos de sangue, rapidamente se recompunham. Na Grande Guerra, o movimento com motores teve algum significado, embora ainda incipiente. A batalha do Marne fixaria as frentes durante cerca de quatro anos, depois de os exércitos inimigos terem manobrado, tentando envolver--se mutuamente - "a corrida para o mar"-, obrigando à mobilização dos táxis de Paris pela França, por não haver suficientes camiões para transportar as tropas. A aviação (aviões e zepelins), usada principalmente em missões de observação, dava os primeiros passos. Os submarinos desempenharam importante papel, mas não existiam porta-aviões, satélites e naves espaciais, drones e outros robôs. As transmissões baseavam-se no telégrafo e nos telefones por fio; titubeavam as comunicações rádio. Não havia televisão, nem se pensava na possibilidade de existir a internet e seus filhotes - ciberguerra e cibercrime com computadores, tablets e equipamentos digitais - a informação não predominava nas operações militares nem era possível ligar em rede os vários escalões de combate ou era imaginável uma "guerra de perceções". Não se podiam localizar objetivos com elevada precisão e alcançá-los a distância com poderosos fogos nucleares (mísseis intercontinentais), a partir de terra, do espaço exterior ou do fundo do mar, nem existiam antimísseis. Enfim, ainda não era concebível o "Armagedão", como agora. Só o inferno.

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