João Moura é criador de galgos - entrou em competições e ganhou prémios em Espanha, já se sabia. O que se desconhecia era a forma como estavam a ser tratados. Com fome ou por outros motivos que estão a ser averiguados, alguns dos cães fugiram para a estrada principal, que liga Monforte a Vaiamonte. Representavam um perigo para a circulação rodoviária e a GNR seguiu-os, até entrar na propriedade do cavaleiro tauromáquico..Na Herdade de Santo António, junto à cidade de Monforte, além de cavalos e toiros, João Moura criava o galgo espanhol, um cão utilizado na caça à lebre. Aliás, foi ele quem trouxe a raça para Portugal, há mais de 30 anos, informa o vice-presidente da Federação Nacional de Galgueiros (FNG). A organização apenas representa os proprietários do galgo inglês, atividade que está regulamentada em Portugal, ao contrário do que acontece com o galgo espanhol, critica Jorge Bouça-Nova..Só conhecendo a quinta se vai lá ter, muitos hectares de terreno, toiros e cavalos a pastar, um caminho de terra batida até se chegar à habitação, cavalariças, etc. O portão da entrada para a quinta está fechado e o cadeado é novo. Ouve-se o ladrar de cães quando batemos à porta. Ninguém aparece..Há cerca de um mês, os agentes da GNR entraram na herdade e encontraram 41 galgos, divididos por boxes habitualmente destinadas a cavalos. Em algumas delas, havia animais maltratados, subnutridos e que fizeram "o auto de notícia" para o Ministério Público (MP). "Não houve denúncia anónima", garante o responsável da autoridade de Portalegre, comando a que pertence o concelho..A denúncia seguiu a 18 de janeiro. "Fomos nós que demos conhecimento ao MP das nossas suspeitas, de haver a possibilidade da prática de um crime. A GNR deparou-se com cães na via pública e, para evitar acidentes, acompanhámos os animais e vimos que entraram numa propriedade, aí é que nos apercebemos da situação e informámos o MP", explica o major Pires, da GNR de Portalegre..Executaram os mandados de detenção na manhã de quarta-feira. "Os que estavam em estado de aparente subnutrição foram levados", explica o responsável da GNR, sem dizer o nome do proprietário da herdade, que foi constituído arguido. Foram resgatados 18, continuando 23 galgos na quinta, cuja situação continua a ser avaliada..O caso foi noticiado logo na quarta-feira e João Moura confirmou ter sido ouvido pelo juiz por causa dos seus cães, negando as acusações. "Não matei ninguém, não roubei nada a ninguém, nunca tratei mal os meus cães", disse ao blogue O Farpas..Quem fez a avaliação do estado de saúde dos animais foram os técnicos e o veterinário do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente, o braço ambiental da GNR, com competência para intervir em defesa dos direitos dos animais e do ambiente. Consideraram que 18 estavam em muito mau estado de saúde (morreu um, entretanto), que não havia condições para permanecerem na propriedade e foram retirados. Alguns têm uma anemia grave e a febre da carraça. Ficaram a cargo da Câmara Municipal de Monforte, tendo o veterinário municipal, José Guerra, acompanhado toda a operação. Na herdade ficaram 23 animais, sobre os quais as autoridades mantêm vigilância..As imagens dos animais, que a GNR posteriormente difundiu, mostravam cães esqueléticos, que chocaram Jorge Bouça-Nova, vice-presidente da FNG. "Ficámos estupefactos e sensíveis à causa. É inadmissível chegar ao ponto a que aquele senhor deixou chegar os seus animais", critica..A FNG questionou logo a GNR de Monforte para saber se algum dos animais tinha a marca do registo nacional. Confirmaram o que suspeitavam: não havia esse sinal..Galgo espanhol para caça à lebre.Os cães de João Moura são da raça galgo espanhol e não galgo inglês, que é a que está registada em Portugal. E são estes que participam nas corridas nacionais. Cada associação de galgueiros (Norte, Centro, Alentejo e Sul) realiza 12 corridas por ano, das quais saem 18 vencedores de cada região, seis de cada uma das categorias - cachorros, nacionais e importados - para entrarem no campeonato nacional..O galgo espanhol, que tem entre 20 e 25 quilos, é um corredor de fundo, não de velocidade como o inglês. Este tem entre 35 e 40 quilos e faz provas de 300 metros demorando metade do tempo do galgo espanhol..Não se realizam competições oficiais em Portugal com o galgo espanhol - os prémios de João Moura foram conquistados em Espanha -, utilizado na caça à lebre a corricão, que deve obedecer à lei da caça. Os caçadores andam a cavalo e soltam os galgos em campo aberto - as planícies do Alentejo são ideais -, que perseguem as lebres até as caçarem.."É um núcleo restrito, fechado, entre criadores de cavalos, de toiros, ligados às atividades tauromáquicas", explica Jorge Bouça-Nova. Acrescenta: "Infelizmente, a FNG não tem como atuar em relação ao galgo espanhol, Independentemente disso, qualquer pessoa que infrinja maus-tratos aos animais, deve ser punida de forma exemplar.".Aquele dirigente denuncia que a atividade de criação do galgo espanhol não é fiscalizada em Portugal, ao contrário do que acontece com o galgo inglês, onde há um regulamento e um código de conduta. Lamenta que os proprietários dos galgos ingleses apanhem por tabela o que de mau acontece com o galgo espanhol.."Não há registo de galgos ingleses abandonados. Se isso acontecesse, conseguimos identificar o proprietário e ele seria erradicado. A federação todos os meses faz fiscalizações", assegura Jorge Bouça-Nova..Entretanto, a SOS Animal irá constituir-se assistente no processo que envolve João Moura, sendo representada pelo advogado Garcia Pereira..Nome de rua em Monforte.João Moura não vive na Herdade de Santo António, mas numa mansão na cidade de Monforte, na mesma casa onde nasceu e acabou por dar nome à sua rua, João António Romão de Moura. É pai de dois toureiros, fruto do primeiro casamento, João Moura Jr., de 29 anos, e Miguel Moura, de 27, que também habitam na cidade. Tem mais três filhos, a irmã do Júnior e do Miguel, de 22, e um casal do último casamento, um rapaz de 11 anos e uma rapariga de 8. Tem ainda um sobrinho nas lides tauromáquicas, que é novilheiro..São filhos da terra e não são bem-vindos os forasteiros que perguntam sobre o que poderá ter acontecido com os galgos de João Moura. Não comentam, mas quando o fazem é para se mostrarem surpreendidos. Não acreditam que o toureiro tenha maltratado os cães, põem as culpas no empregado que tinha na herdade. Outros dizem que há coisas mais importantes para discutir..João Moura revelou aptidões para o toureiro desde criança, acabando por ter os primeiros sucessos em Espanha, ainda de tenra idade, com 16 e 17 anos, Chamavam-lhe o "niño Moura"..O menino evoluiu na atividade, tomou a alternativa a 11 de junho de 1978, na Monumental Celestino Graça (praça de toiros de Santarém). Revolucionou as regras clássicas do toureio, passaram a chamar-lhe "o maestro João Moura". No meio, não lhe negam atributos e qualidades enquanto cavaleiro, embora, agora, não queiram ver publicado o nome numa peça sobre maus-tratos a cães. Justificam que a tauromaquia nada tem que ver com a situação verificada com João Moura..Os mesmos argumentos são usados pela Associação Nacional de Toureiros, que neste sábado se demarcou do cavaleiro. "Repudiamos qualquer ilícito desta ordem", dizem em comunicado, pedindo que não se confundam atitudes pessoais com a atividade profissional..João Moura faz parte de uma geração de toureiros dos anos 1980, a maioria dos quais se mantêm em atividade, como António Ribeiro Telles, Rui Salvador e Luís Rouxinol. Em 41 anos nas lides tauromáquicas, recebeu muitos prémios, foi condecorado pela nação..Aos 59 anos, continua a fazer corridas: 15 em 2015, 16 em 2017, 17 em 2018 e 20 em 2019. A média anual de um cavaleiro na plenitude é entre 40 e 50 corridas..No início da temporada de 2014 teve uma queda grave na sua quinta, sofreu um traumatismo crânio encefálico. Vaticinaram-lhe o fim, mas estava nas praças de toiros dois meses depois. Ao DN disse que nem nessa altura pensou que tinha chegado o fim da atividade. E a frase do título era: "Gostava de tourear ao lado dos meus três filhos no Campo Pequeno." O mais novo tem 11 anos..Em 2016, foi galardoado com o prémio de triunfador da temporada do Campo Pequeno. No ano seguinte, recebeu o galardão e toureou com os filhos e o sobrinho..Más notícias fora da tauromaquia.Mas não são só notícias e sucessos na tauromaquia que acompanham a vida de João Moura. Em 2012, o cavaleiro revelou que tinha uma dívida ao fisco de mais de 400 mil euros e que a iria pagar através de um plano de renegociação. Mas, em 2017, a imprensa avançou que continuava cheio de dívidas e que a Herdade de Santo António corria risco de penhora..Agora, uma das justificações que poderá ter dado para os cães estarem doentes, subnutridos, é que a quinta estava entregue a um funcionário e que este não tratou dos animais. Em Monforte diz-se que o empregado ter-se-á ido embora..Os 18 galgos foram encaminhados no dia seguinte ao resgate para três abrigos no distrito de Setúbal. Em Monforte, os cães têm ido para o Centro de Reprodução de Rafeiros do Alentejo e Serra de Aires, onde estão 50 animais, 35 dos quais estavam abandonados. Há um projeto para fazer um centro de recolha de animais, que terá de estar concluído até outubro.Gonçalo Langem, presidente da Câmara Municipal de Monforte, explicou ao DN que o município não tinha espaço para acolher os galgos resgatados. "O nosso papel foi cumprir as nossas competências, recolher os cães e encaminhá-los, porque o canil está sobrelotado. A competência da câmara é recolher todos os cães abandonados e que representam um risco para a saúde pública, não temos mais capacidade.".O Cantinho da Milu, em Palmela, recebeu nove galgos. A associação tem dado notícias sobre o estado de saúde dos animais. Alguns cães têm uma forte anemia, outros deram positivo a Babesia e/ou Ehrlichia (dois tipos diferentes de febre da carraça). Foram desparasitados e microchipados..No albergue vivem 750 cães que estão disponíveis para a adoção. Mas não os galgos resgatados, para já, apesar das muitas ofertas que receberam para adotar. A fragilidade da sua saúde não o permite e, pela mesma razão, também não podem receber visitas.
João Moura é criador de galgos - entrou em competições e ganhou prémios em Espanha, já se sabia. O que se desconhecia era a forma como estavam a ser tratados. Com fome ou por outros motivos que estão a ser averiguados, alguns dos cães fugiram para a estrada principal, que liga Monforte a Vaiamonte. Representavam um perigo para a circulação rodoviária e a GNR seguiu-os, até entrar na propriedade do cavaleiro tauromáquico..Na Herdade de Santo António, junto à cidade de Monforte, além de cavalos e toiros, João Moura criava o galgo espanhol, um cão utilizado na caça à lebre. Aliás, foi ele quem trouxe a raça para Portugal, há mais de 30 anos, informa o vice-presidente da Federação Nacional de Galgueiros (FNG). A organização apenas representa os proprietários do galgo inglês, atividade que está regulamentada em Portugal, ao contrário do que acontece com o galgo espanhol, critica Jorge Bouça-Nova..Só conhecendo a quinta se vai lá ter, muitos hectares de terreno, toiros e cavalos a pastar, um caminho de terra batida até se chegar à habitação, cavalariças, etc. O portão da entrada para a quinta está fechado e o cadeado é novo. Ouve-se o ladrar de cães quando batemos à porta. Ninguém aparece..Há cerca de um mês, os agentes da GNR entraram na herdade e encontraram 41 galgos, divididos por boxes habitualmente destinadas a cavalos. Em algumas delas, havia animais maltratados, subnutridos e que fizeram "o auto de notícia" para o Ministério Público (MP). "Não houve denúncia anónima", garante o responsável da autoridade de Portalegre, comando a que pertence o concelho..A denúncia seguiu a 18 de janeiro. "Fomos nós que demos conhecimento ao MP das nossas suspeitas, de haver a possibilidade da prática de um crime. A GNR deparou-se com cães na via pública e, para evitar acidentes, acompanhámos os animais e vimos que entraram numa propriedade, aí é que nos apercebemos da situação e informámos o MP", explica o major Pires, da GNR de Portalegre..Executaram os mandados de detenção na manhã de quarta-feira. "Os que estavam em estado de aparente subnutrição foram levados", explica o responsável da GNR, sem dizer o nome do proprietário da herdade, que foi constituído arguido. Foram resgatados 18, continuando 23 galgos na quinta, cuja situação continua a ser avaliada..O caso foi noticiado logo na quarta-feira e João Moura confirmou ter sido ouvido pelo juiz por causa dos seus cães, negando as acusações. "Não matei ninguém, não roubei nada a ninguém, nunca tratei mal os meus cães", disse ao blogue O Farpas..Quem fez a avaliação do estado de saúde dos animais foram os técnicos e o veterinário do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente, o braço ambiental da GNR, com competência para intervir em defesa dos direitos dos animais e do ambiente. Consideraram que 18 estavam em muito mau estado de saúde (morreu um, entretanto), que não havia condições para permanecerem na propriedade e foram retirados. Alguns têm uma anemia grave e a febre da carraça. Ficaram a cargo da Câmara Municipal de Monforte, tendo o veterinário municipal, José Guerra, acompanhado toda a operação. Na herdade ficaram 23 animais, sobre os quais as autoridades mantêm vigilância..As imagens dos animais, que a GNR posteriormente difundiu, mostravam cães esqueléticos, que chocaram Jorge Bouça-Nova, vice-presidente da FNG. "Ficámos estupefactos e sensíveis à causa. É inadmissível chegar ao ponto a que aquele senhor deixou chegar os seus animais", critica..A FNG questionou logo a GNR de Monforte para saber se algum dos animais tinha a marca do registo nacional. Confirmaram o que suspeitavam: não havia esse sinal..Galgo espanhol para caça à lebre.Os cães de João Moura são da raça galgo espanhol e não galgo inglês, que é a que está registada em Portugal. E são estes que participam nas corridas nacionais. Cada associação de galgueiros (Norte, Centro, Alentejo e Sul) realiza 12 corridas por ano, das quais saem 18 vencedores de cada região, seis de cada uma das categorias - cachorros, nacionais e importados - para entrarem no campeonato nacional..O galgo espanhol, que tem entre 20 e 25 quilos, é um corredor de fundo, não de velocidade como o inglês. Este tem entre 35 e 40 quilos e faz provas de 300 metros demorando metade do tempo do galgo espanhol..Não se realizam competições oficiais em Portugal com o galgo espanhol - os prémios de João Moura foram conquistados em Espanha -, utilizado na caça à lebre a corricão, que deve obedecer à lei da caça. Os caçadores andam a cavalo e soltam os galgos em campo aberto - as planícies do Alentejo são ideais -, que perseguem as lebres até as caçarem.."É um núcleo restrito, fechado, entre criadores de cavalos, de toiros, ligados às atividades tauromáquicas", explica Jorge Bouça-Nova. Acrescenta: "Infelizmente, a FNG não tem como atuar em relação ao galgo espanhol, Independentemente disso, qualquer pessoa que infrinja maus-tratos aos animais, deve ser punida de forma exemplar.".Aquele dirigente denuncia que a atividade de criação do galgo espanhol não é fiscalizada em Portugal, ao contrário do que acontece com o galgo inglês, onde há um regulamento e um código de conduta. Lamenta que os proprietários dos galgos ingleses apanhem por tabela o que de mau acontece com o galgo espanhol.."Não há registo de galgos ingleses abandonados. Se isso acontecesse, conseguimos identificar o proprietário e ele seria erradicado. A federação todos os meses faz fiscalizações", assegura Jorge Bouça-Nova..Entretanto, a SOS Animal irá constituir-se assistente no processo que envolve João Moura, sendo representada pelo advogado Garcia Pereira..Nome de rua em Monforte.João Moura não vive na Herdade de Santo António, mas numa mansão na cidade de Monforte, na mesma casa onde nasceu e acabou por dar nome à sua rua, João António Romão de Moura. É pai de dois toureiros, fruto do primeiro casamento, João Moura Jr., de 29 anos, e Miguel Moura, de 27, que também habitam na cidade. Tem mais três filhos, a irmã do Júnior e do Miguel, de 22, e um casal do último casamento, um rapaz de 11 anos e uma rapariga de 8. Tem ainda um sobrinho nas lides tauromáquicas, que é novilheiro..São filhos da terra e não são bem-vindos os forasteiros que perguntam sobre o que poderá ter acontecido com os galgos de João Moura. Não comentam, mas quando o fazem é para se mostrarem surpreendidos. Não acreditam que o toureiro tenha maltratado os cães, põem as culpas no empregado que tinha na herdade. Outros dizem que há coisas mais importantes para discutir..João Moura revelou aptidões para o toureiro desde criança, acabando por ter os primeiros sucessos em Espanha, ainda de tenra idade, com 16 e 17 anos, Chamavam-lhe o "niño Moura"..O menino evoluiu na atividade, tomou a alternativa a 11 de junho de 1978, na Monumental Celestino Graça (praça de toiros de Santarém). Revolucionou as regras clássicas do toureio, passaram a chamar-lhe "o maestro João Moura". No meio, não lhe negam atributos e qualidades enquanto cavaleiro, embora, agora, não queiram ver publicado o nome numa peça sobre maus-tratos a cães. Justificam que a tauromaquia nada tem que ver com a situação verificada com João Moura..Os mesmos argumentos são usados pela Associação Nacional de Toureiros, que neste sábado se demarcou do cavaleiro. "Repudiamos qualquer ilícito desta ordem", dizem em comunicado, pedindo que não se confundam atitudes pessoais com a atividade profissional..João Moura faz parte de uma geração de toureiros dos anos 1980, a maioria dos quais se mantêm em atividade, como António Ribeiro Telles, Rui Salvador e Luís Rouxinol. Em 41 anos nas lides tauromáquicas, recebeu muitos prémios, foi condecorado pela nação..Aos 59 anos, continua a fazer corridas: 15 em 2015, 16 em 2017, 17 em 2018 e 20 em 2019. A média anual de um cavaleiro na plenitude é entre 40 e 50 corridas..No início da temporada de 2014 teve uma queda grave na sua quinta, sofreu um traumatismo crânio encefálico. Vaticinaram-lhe o fim, mas estava nas praças de toiros dois meses depois. Ao DN disse que nem nessa altura pensou que tinha chegado o fim da atividade. E a frase do título era: "Gostava de tourear ao lado dos meus três filhos no Campo Pequeno." O mais novo tem 11 anos..Em 2016, foi galardoado com o prémio de triunfador da temporada do Campo Pequeno. No ano seguinte, recebeu o galardão e toureou com os filhos e o sobrinho..Más notícias fora da tauromaquia.Mas não são só notícias e sucessos na tauromaquia que acompanham a vida de João Moura. Em 2012, o cavaleiro revelou que tinha uma dívida ao fisco de mais de 400 mil euros e que a iria pagar através de um plano de renegociação. Mas, em 2017, a imprensa avançou que continuava cheio de dívidas e que a Herdade de Santo António corria risco de penhora..Agora, uma das justificações que poderá ter dado para os cães estarem doentes, subnutridos, é que a quinta estava entregue a um funcionário e que este não tratou dos animais. Em Monforte diz-se que o empregado ter-se-á ido embora..Os 18 galgos foram encaminhados no dia seguinte ao resgate para três abrigos no distrito de Setúbal. Em Monforte, os cães têm ido para o Centro de Reprodução de Rafeiros do Alentejo e Serra de Aires, onde estão 50 animais, 35 dos quais estavam abandonados. Há um projeto para fazer um centro de recolha de animais, que terá de estar concluído até outubro.Gonçalo Langem, presidente da Câmara Municipal de Monforte, explicou ao DN que o município não tinha espaço para acolher os galgos resgatados. "O nosso papel foi cumprir as nossas competências, recolher os cães e encaminhá-los, porque o canil está sobrelotado. A competência da câmara é recolher todos os cães abandonados e que representam um risco para a saúde pública, não temos mais capacidade.".O Cantinho da Milu, em Palmela, recebeu nove galgos. A associação tem dado notícias sobre o estado de saúde dos animais. Alguns cães têm uma forte anemia, outros deram positivo a Babesia e/ou Ehrlichia (dois tipos diferentes de febre da carraça). Foram desparasitados e microchipados..No albergue vivem 750 cães que estão disponíveis para a adoção. Mas não os galgos resgatados, para já, apesar das muitas ofertas que receberam para adotar. A fragilidade da sua saúde não o permite e, pela mesma razão, também não podem receber visitas.