"O Grito" de Munch é do pintor e não da sociedade

O quadro é muitas vezes utilizado como uma forma de ilustrar campanhas políticas e sociais. Mas Munch queria apenas representar uma emoção pessoal.
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"O Grito" do pintor norueguês Edvard Munch (1893) é um dos quadros mais conhecidos da história da Arte, no entanto pode ter sido mal interpretado. Este não é um grito social, trata-se da memória do autor ​​​​​​​de um pôr-do-sol em Oslo, segundo a curadora da exposição sobre o artista plástico no Museu de Londres, Giulia Bartrum, citada pela CNN.

"Eu senti o grande grito da natureza", terá escrito Edvard Much na parte de trás da versão a preto e branco da pintura.

Ao longo dos anos, a imagem foi usada em campanhas políticas, nomeadamente, para o desarmamento nuclear, para ilustrar movimentos, para transmitir mensagens públicas. Segundo Guiulia Bartrum, esta é uma pintura emocional e por isso é fácil de a imaginar ao serviço de causas. "Pode olhar para o quadro de uma forma pessoal, pode olhar para o quadro de uma forma política. A imagem está a ser usada".

No entanto, a curadora da exposição que começou a ser planeada há cinco anos, recusa ver a imagem associada ao Brexit, numa altura em que o assunto é sobretudo a saída do Reino Unido da União Europeia. Quer respeitar a intenção do autor: "A obra de arte é um reflexo do humor pessoal de Munch".

"O céu vermelho fazia-o sentir-se muito ansioso", diz sobre as cores quentes (vermelhos, amarelos, laranjas) que envolvem a personagem desfigurada que tapa os ouvidos com as mãos no quadro de Munch, propriedade do Museu Nacional da Noruega, em Oslo.

A exposição "Edvard Munch: amor e angústia" estará por empréstimo no Museu de Londres entre 11 de abril e 21 de julho. Esta será a mais completa mostra dos trabalhos de Munch no Reino Unido há 45 anos.

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