O galo que (en)cantou no areal de Pedrógão
Era uma vez uma casa assombrada, tão assombrada que "tem conchas nos telhados para ficar mais assustadora". Revelação feita por André da Fonseca, de seis anos, natural de Leiria, que bem poderia prosseguir o enredo desta história. É que, na sua estreia neste concurso, o jovem estava assumidamente inebriado. Tanta imaginação seria, porém, destronada pelo caracol do André, o ananás da Inês e as duas tartarugas do António.
Tanto no escalão dos 6 aos 10 anos como no escalão dos mais crescidos - 11 aos 14 anos -, a competição foi renhida. Caravelas, castelos, peixes, guitarras, tartarugas...
Bem tentou o veterano Miguel Silva, do atelier das Construções na Areia, dar umas dicas, já no final do torneio, sobre a arte de esculpir a areia molhada. Não era preciso. O seu enorme Lugia, muito grande e bem recortado, serve de cenário à foto de família da etapa, mas ali ao lado a competição esteve ao melhor nível, segundo os avaliadores da prova. Solange Caçador e Alexandra Barata, ambas da autarquia de Leiria, juntaram-se a Lucília Letra, da Junta de Freguesia de Coimbrão, para escolher os melhores. "Eles não estão a facilitar a tarefa", nota Alexandra.
O dia acordara enevoado e, durante o tempo regulamentar, nunca o sol quis espreitar a perícia dos petizes. Na final, em Setembro, lá estará Maria Esteves Vieira, de 14 anos, de Matosinhos. Inspirada com o galo de Barcelos que vira em casa dos avós, arrebatou o principal troféu na praia de Pedrógão.
Ontem disputou-se uma saudável competição entre a família Bravo (Leiria) e a família Vieira (Matosinhos). "Muito difícil escolher, as esculturas são muito boas, as que foram premiadas destacam-se pelo brilhantismo", refere Alexandra Barata, adjunta do presidente de Leiria. A etapa finda com jogos, prémios, diplomas, lanche e uma visita-surpresa: Francisco Salis, ex-concorrente que fez história no concurso, é agora aluno de Design. Aumenta, assim, o rol dos ex-participantes que seguem os estudos artísticos.