O contributo da ciência para a recuperação do país e para uma Europa resiliente
Teve de ser adiado por alguns meses por causa da pandemia, mas o Encontro Ciência 2020 aí está de novo a juntar a comunidade científica nacional, desta vez num misto de sessões presenciais e através da Internet, para debater a forma como a ciência pode contribuir para a recuperação do país e para uma Europa mais resiliente e igualitária, num momento difícil da vida coletiva devido à pandemia.
Está prevista participação do primeiro-ministro António Costa, da comissária Elisa Ferreira e do presidente Marcelo Rebelo de Sousa na abertura e no encerramento dos trabalhos.
Organizado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), em colaboração com a Ciência Viva e a Comissão Parlamentar de Educação, Ciência, Juventude e Desporto, o encontro decorrerá durante dois dias, a partir desta terça-feira, 3 de novembro, com a presença do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro da Ciência, Manuel Heitor, na sessão de abertura, a partir das 9.30, na qual estará em foco o tema "Ciência em Portugal para uma Europa mais resiliente".
"Antes desta situação pandémica já tínhamos identificado as principais áreas de debate para este encontro como sendo os grandes desafios que se colocam à Europa, e a Portugal no seu contexto, como são as alterações climáticas, o futuro digital, a demografia com o envelhecimento da população, ou as desigualdades sociais", explica ao DN Helena Canhão, que coordena o Centro de Investigação Integrada em Saúde da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (UNL) e que é comissária do encontro, juntamente com Pedro Oliveira, professor na Copenhagen Business School, na Dinamarca, e na Faculdade de Economia da UNL.
"Com a pressão da pandemia, tudo isto se torna ainda mais urgente", sublinha Helena Canhão. "Todas estas questões são transversais e vamos ter de enfrentar o pós-pandemia, em que haverá mais desemprego. Com a covid-19 tivemos de nos adaptar ao ensino à distância, por exemplo, e isso veio pôr em evidência as desigualdades sociais, que temos de combater. Teremos de ser inclusivos".
A ciência tem aí um papel fundamental, diz a comissária do encontro, e não apenas na questão evidente da saúde. "A ciência já deu, e continua a dar, uma resposta em várias frentes no combate à pandemia e na busca rápida de uma vacina, como nunca se viu antes", nota Helena Canhão.
Mas o contributo da ciência para uma Europa mais resiliente, inclusiva e igualitária "toca muitas outras áreas do conhecimento, da ciência económica à partilha de dados, passando pelas ciências ambientais e pelas tecnologias digitais, e outras", sublinha.
São justamente as questões sociais e digitais que estarão em debate na tarde de terça-feira, numa sessão que conta com a participação de vários investigadores de universidades nacionais e internacionais e que será encerrada pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.
Nesse mesmo dia, numa intervenção em formato digital, o prémio Nobel da Química em 2004 Aaron Ciechanover falará sobre as questões bioéticas ligadas à pandemia.
Na quarta-feira, último dia do encontro, estarão em discussão os temas da ciência em Portugal para uma Europa mais global, a forma como o conhecimento científico pode mudar as nossas vidas e ajudar a recuperar o país.
Em diferentes sessões falar-se-á do papel de Portugal na Europa do Espaço, da inovação em saúde e do desenvolvimento do país, com base na ciência, tecnologia e inovação.
O programa inclui ainda intervenções dos ministros de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, para além dos já referidos. Já o presidente da República, Marcelo rebelo de Sousa, estará presente no encerramento do encontro.