Novo confinamento arrancou movimentado. Onde está a capital vazia?

Escolas, trabalho, supermercados e os já habituais passeios higiénicos deram ao primeiro dia do novo confinamento um movimento bem diferente daqueles dias desertos de março de 2020
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No primeiro dia do "dever geral de ficar em casa", situação que deverá manter-se durante um mês, as imagens mostraram um país confinado assim-assim. Ou seja, estradas com trânsito praticamente normal, a confusão habitual junto das escolas, transportes públicos com muitos passageiros e até pequenos ajuntamentos junto aos cafés.

Isto na mesma sexta-feira (15) em que no boletim da Direção-Geral da Saúde se pôde ver mais um recorde de óbitos - 159, para um total de mortes em Portugal, por covid-19, de 8643. Ou seja, pelo oitavo dia consecutivo o país teve mais de uma centena de mortes devido ao novo coronavírus.

Quanto a pessoas infetadas, registaram-se mais 10 663 casos positivos - neste momento foram detetados 528 469, existindo 125 861 casos ativos (ver números ao lado).

Apesar da decisão do governo de pedir à população para ficar em casa - impondo por exemplo o teletrabalho e o encerramento de diversos setores comerciais e sociais - nesta sexta-feira muitos foram os locais onde essas indicações não se fizeam sentir.

As diversas exceções ao decreto de confinamento permitem que cerca de dois milhões de pessoas continuem a movimentar-se, seja devido ao facto de as escolas estarem abertas - em todos os níveis de ensino, com a Direção-Geral da Saúde a considerar que os professores não são um grupo de risco - seja para irem às compras de bens essenciais e alimentares ou até para um pequeno passeio. E foi isso que muitos aproveitaram nesta sexta-feira. Também os transportes públicos mantiveram a ocupação praticamente inalterada em relação aos dias anteriores.

Tanto em Lisboa como no Porto as ruas estiveram movimentadas, apesar de algumas das zonas mais turísticas e menos residenciais se apresentarem praticamente desertas. A polícia optou por fazer ações de sensibilização, como contou à agência Lusa a comissária Cátia Moura.

De acordo com esta responsável do comando do Porto o maior movimento registado ontem, quando comparado com o primeiro confinamento geral em março de 2020, não foi surpreendente e deveu-se ao facto de "as escolas continuarem abertas" e de "os pais entregarem os filhos nas escolas".

Durante o dia a PSP manteve uma atitude mais de pedagogia do que de multa e, lembra a comissária, muitas das pessoas tinham declarações da entidade patronal a justificar a presença na via pública.

Na Amadora, as ruas do centro da cidade estavam com o ambiente praticamente igual aos dias antes do confinamento. Apesar de estarem fechados vários estabelecimentos, como boutiques de roupa, sapatarias, esteticistas ou cabeleireiros, ainda assim muitas pessoas passeavam pelas ruas, reportou a agência Lusa.

Um panorama que contraria as indicações das autoridades de saúde e que pode comprometer a urgente redução de contágios numa região - Lisboa e vale do Tejo - que já ultrapassou as três mil mortes devido à covid-19, desde o início da pandemia em março do ano passado. Só nesta sexta-feira foram divulgados mais 65 óbitos e 4280 novas infeções.

Isto enquanto na região norte, a mais atingida pela covid-19, com um total de 248 965 casos (3295 na sexta-feira) e 3639 mortes (35 ontem), a situação pandémica parece estar a estabilizar em redor dos três mil casos por dia.

com Lusa

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