Nova data para ler acordão de PSP que matou rapper

O colectivo que julga o agente da PSP que matou o cantor de rap "MC Snake" marcou para 30 de Maio nova data prevista para leitura do acórdão, depois de hoje ter sido ouvida uma testemunha arrolada pela defesa.
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João Paulo Freire, formador da PSP, atestou que o agente Nuno Moreira agiu de acordo com as normas ao disparar a sua arma em direcção ao veículo em que Nuno Manaças - conhecido como "MC Snake" - se preparava para fugir pela segunda vez à ordem de paragem da PSP. A leitura do acórdão do julgamento, em que Nuno Moreira começou por estar acusado pelo Ministério Público de homicídio qualificado, já esteve marcada para o mês passado, mas o colectivo decidiu alterar a qualificação do crime para homicídio por negligência.

O Ministério Público, que pediu nas suas alegações finais a absolvição de homicídio qualificado, continua a pedir a absolvição face à nova qualificação do crime. O advogado que representa a família da vítima pediu a condenação do arguido, considerando que em nenhum momento se justificou o uso de arma de fogo contra Nuno Manaças.

Na madrugada de 15 de Março de 2010, Nuno Manaças evadiu-se pelas quatro da madrugada a uma ordem de paragem numa operação "stop" de rotina junto à doca de Santo Amaro, em Lisboa. O agente Nuno Moreira e mais quatro polícias perseguiram-no até que conseguiram atravessar a carrinha policial à frente do carro de "MC Snake" na Radial de Benfica.Os agentes saíram da carrinha quando Nuno Manaças se preparava para fazer inversão de marcha e fugir novamente. Nuno Moreira disparou uma vez para o ar e duas vezes sobre o automóvel, acabando por atingir mortalmente o condutor.

Ao longo do julgamento, Nuno Moreira afirmou sempre que tentou visar os pneus do carro, para o imobilizar, entendendo que o comportamento de MC Snake era imprevisível e podia pôr em risco a vida de outros condutores.

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