Nova antena. Militares já não dependem das empresas de telecomunicações
Numa cerimónia inédita mas à porta fechada, o Conselho de Chefes de Estado-Maior inaugurou esta quinta-feira a Estação de Ancoragem de Santa Margarida (EASM). Esta infraestrutura representa um salto significativo na capacidade de comando e controlo operacional por parte do principal chefe militar, disse fonte oficial ao DN.
A EASM assenta numa antena gigante de satélites instalada no Campo Militar de Santa Margarida, que permite assegurar as comunicações via satélite com os contingentes destacados no exterior - Afeganistão, República Centro-Africana - sem necessidade de recorrer ao aluguer de serviços civis, adiantou o porta-voz do Estado-Maior General.
Embora em certas situações ainda continue a ser necessário recorrer a esse aluguer de serviços, a primeira estação de ancoragem das comunicações militares - ponto de recolha e distribuição em terra dos sinais oriundos do espaço (e vice-versa) - "representa uma evolução tecnológica nas comunicações militares".
A cerimónia, realizada esta manhã no quartel da Brigada Mecanizada (distrito de Santarém), juntou os chefes do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), almirante Silva Ribeiro, do Exército, general Nunes da Fonseca, e da Força Aérea, general Joaquim Borrego. Pela Armada esteve o n.º 2, vice-almirante Novo Palma.
A recente missão militar de apoio às autoridades moçambicanas, na sequência das cheias provocadas pelo ciclone Idai, foi um dos últimos exemplos em que os militares tiveram de recorrer a serviços externos para garantir as comunicações com a força no terreno depois de as estações terrestres de comunicações terem ficado inoperacionais, lembrou o porta-voz do EMGFA, comandante Santos Serafim.