Nome do primeiro-ministro só é conhecido após tomada de posse. Aceitam-se apostas

Macron quer pessoa com experiência parlamentar e grande capacidade governativa. O escolhido ainda não foi informado
Publicado a
Atualizado a

A escolha está feita, mas o nome do primeiro-ministro de Emmanuel Macron só será anunciado após a sua tomada de posse, marcada para domingo. E, segundo o sucessor de François Hollande, nem o próprio escolhido sabe. São vários os nomes aventados e, durante a campanha, foram sendo dadas pistas sobre o perfil pretendido.

Em março, Macron havia dito que tinha "um ou dois perfis em mente", sendo um mulher e o outro homem. Adiantou que iria fazer da "capacidade de ter um projeto de uma maioria parlamentar" um pré-requisito para o escolhido, o que queria dizer que este "precisa de ter uma grande experiência da arte parlamentar e de capacidade de governar".

"Será alguém já com experiência política", mas deixou claro que "não desejava ter ex-ministros no governo". "Defendo uma renovação de caras e isso aplica-se à equipa governamental de uma forma muito clara", disse ainda Macron.

Christine Lagarde, a atual diretora-geral do FMI, e Laurence Parisot, líder da MEDEF (a principal organização patronal de França), foram a dada altura apontadas como uma possibilidade, mas a falta de experiência parlamentar de ambas poderá tê-las deixado de fora. Este contexto parece excluir também Jean-Yves Le Drian, um dos elementos do círculo próximo de Macron e ministro da Defesa durante toda a presidência de Hollande.

François Bayrou, ex-ministro, autarca de Pau e líder do Movimento Democrata (MoDem), é um nome a ter em conta, apesar do seu passado governamental. Propôs uma aliança a Macron antes da primeira volta, este disse na altura que tal não era sinónimo de que seria o seu primeiro-ministro, mas na sexta-feira adiantou que Bayrou "terá um papel importante no projeto governamental e político".

Ségolène Royal tem contra si ser ministra de Hollande. A favor tem a experiência parlamentar e a política, nomeadamente com a sua candidatura presidencial em 2007.

No dia 1 foi uma das convidadas do comício de Emmanuel Macron em Paris, tendo ficado sentada na primeira fila, junto a Brigitte Trogneux, a mulher do agora presidente eleito. No domingo, após a vitória, Royal declarou que tinha chegado a altura de "trabalhar em conjunto". O centrista já havia dito que não contava com a socialista no seu governo, mas isto foi antes de receber o seu apoio depois da primeira volta.

Um primeiro-ministro de direita teria a vantagem de desestabilizar Os Republicanos, mas parece uma possibilidade mais remota. Fala-se do autarca do Havre, Édouard Philippe, um apoiante de Alain Juppé, mas sem grande peso político, e de Nathalie Kosciusko-Morizet, que está, no entanto, um pouco afastada do partido.

Deste quadrante, o nome preferido de Macron parece ser o de Xavier Bertrand, presidente da região Hauts-de-France. Numa entrevista dada no final de abril, o presidente eleito abriu a porta a Bertrand para fazer parte da sua maioria. Este, não fechando a porta, disse que iria continuar a ser "um homem de direita". Ou seja, que teria de haver uma negociação entre as duas partes.

Entre os apoiantes de Macron existem também nomes a ter em conta. Um deles é Richard Ferrand, o secretário-geral do movimento En Marche! e com um bom conhecimento da estratégia para as legislativas do presidente eleito, mas falta-lhe experiência política.

A eurodeputada do MoDem, Sylvie Goulard, é um nome a ter em conta. Nunca esteve no governo, mas foi ela que organizou o encontro entre Macron e Angela Merkel em Berlim, ontem anunciado.

Mas, entre os macronistas, Anne-Marie Idrac é quem se destaca. Tem experiência parlamentar e política e tem conhecimentos empresariais - foi deputada, secretária de Estado e presidente da RATP (transportes de Paris) e da SNCF (caminhos-de-ferro franceses). Antiga fiel de Alain Juppé, a ela se deve a aproximação entre Macron e Bayrou.

O autarca de Lyon, Gérard Collomb, é um fiel de Macron, nunca esteve no governo, mas tem experiência parlamentar. Os seus 70 anos podem ser um contra.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt