Navio-escola italiano Amerigo Vespucci em Lisboa
Os cadetes da Armada italiana começam a sua formação ao nível do soldado: não há camas onde dormirem e têm de fazer limpezas ou carregar mantimentos durante a sua viagem de instrução no navio-escola Amerigo Vespucci, que esta quarta-feira atracou em Lisboa.
O imponente veleiro de 101 metros de comprimento tem o nome do navegador que deu o nome à América, ficando na capital portuguesa até domingo naquela que é a primeira das várias escalas que vai fazer durante a viagem de instrução de três meses, iniciada em Livorno a 30 de junho e que vai levar os 121 cadetes até ao Mar Báltico.
"Antes de serem oficiais têm de ser marinheiros" e trabalhar lado a lado com a guarnição, observou o comandante daquele navio-escola, Stefano Costantino, durante a conferência de imprensa a bordo para explicar a escala em Lisboa como uma oportunidade - a exemplo do que faz o navio-escola português Sagres - de reforçar os laços de confiança luso-italianos e um ato de diplomacia naval.
"O mar não divide, é uma ponte entre diferentes países e culturas", realçou Stefano Costantino, evocando os nomes do português Fernão de Magalhães e do italiano António Pigafetta - a quem se deve o relato da primeira viagem de circum-navegação feita há 500 anos pelo navegador português - como exemplos dessa realidade das relações muito antigas que unem os dois países.
Com 121 cadetes embarcados, dos quais um quarto são mulheres (havendo uma marroquina e uma norte-americana), o comandante do Amerigo Vespucci disse que os 20 alunos estrangeiros são oriundos de países como a Arábia Saudita, o Koweit, a Argélia, Tunísia, Ucrânia, Perú, Equador, Albânia e EUA.