Museu Hergé abre no dia 2 de Junho

Concebido pelo Prémio Pritzker francês Christian de Portzamparc, vai dar a conhecer o homem, o autor, a sua obra e a sua vida.<br />
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Com dois anos de atraso sobre a data desejada, já que o centenário do nascimento do criador de Tintim se celebrou em 2007, o Museu Hergé (www.museeherge.com) foi apresentado na segunda-feira, em Louvain-la-Neuve, nos arredores de Bruxelas. Abre as portas ao público no próximo dia 2 de Junho.

Projectado pelo arquitecto francês Christian de Portzamparc (ver perfil), o museu foi prejudicado na sua construção devido às divergências entre a Fundação Hergé, impulsionadora do projecto, e a administração pública belga, que não conseguiram chegar a um acordo para a instalação da instituição em Bruxelas, a cidade natal de Georges Remi, aliás Hergé.

A primeira pedra do edifício foi finalmente colocada, a 21 de Maio de 2007, por Fanny Rodwell, segunda mulher do autor e presidente daquela fundação. Nos três andares e nove salas do museu (uma delas de exposições temporárias) em forma de prisma, com uma área de 3600 metros quadrados, os visitantes encontrarão cerca de 900 desenhos e pranchas originais de Hergé, objectos pessoais do autor, documentos e fotografias familiares. Assim poderão "penetrar no mundo de Hergé, descobrir a sua vida, o que amava, as suas viagens, os animais de que gostava, a sua paixão por carros e sobretudo "o homem multifacetado" que ele era, disse na conferência de imprensa Laurent de Froberville, o director do Museu Hergé.

Tintim, a criação maior de Hergé, "o artista do século XX", estará naturalmente "omnipresente", mas segundo aquele responsável, o museu quer ir "mais além de Tintim" para dar a conhecer "a obra de Hergé em toda a sua amplitude, que inclui muitas outras personagens, para além das suas criações como desenhador gráfico ou publicitário", e "submergir no seu processo criativo". Frisou Laurent de Froberville: "É um museu em honra de Hergé, em que falamos do autor, do homem, da sua vida, da sua obra", em todas as facetas.

Devido à fragilidade dos documentos expostos, as peças rodarão todos os quatro meses, evitando que se deteriorem e para que os visitantes descubram novas obras se voltarem a visitar o museu.

A proibição de reproduzir imagens da colecção e de tirar fotografias causou alguma controvérsia na cerimónia de apresentação do Museu Hergé aos media, o que levou alguns jornalistas presentes a protestar e a abandonar a conferência de imprensa.

O edifício, definido pelo jornalista Pascal Mallet, da AFP, como "um grande navio translúcido", foi concebido por Christian de Portzamparc como a recriação de "um mundo enfeitiçador", o de Hergé, "num grande barco encalhado à beira da floresta". Explicou o arquitecto sobre a claridade que predomina no museu : "Não gosto de labirintos obscuros."

O director disse que as estimativas apontam para que o Museu Hergé receba 200 mil visitantes por ano, mas Laurent de Froberville não ficará surpreendido se "a reputação de Hergé" atrair um número superior.

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