Mulheres egípcias condenadas a anos de prisão por vídeo no TikTok

A condenação de seis mulheres por incitarem à "libertinagem" levantou o movimento #MeToo no Egito. Organizações consideram tratar-se de um atentado à liberdade.
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A prisão de jovens influenciadoras no Egito, no final de julho, trouxe à tona a disparidade no tratamento das mulheres, condenadas rapidamente por publicações online, enquanto o movimento #MeToo denuncia que as agressões sexuais raramente vão a julgamento.

Manar Samy foi condenada a três anos de prisão na quarta-feira por "incitar a libertinagem" por causa dos vídeos que postou na rede social TikTok, onde dança e canta covers de músicas famosas. Esta condenação ocorre alguns dias após outro tribunal condenar cinco mulheres egípcias a dois anos de prisão por violarem a moral, também devido a publicações no TikTok.

Trata-se de "mulheres, muito jovens, todas exercem seu direito à liberdade de expressão online", afirmou a ONG para a proteção das liberdades digitais Access Now.

De acordo com grupos de defesa dos direitos humanos, as liberdades foram seriamente restringidas no Egito desde que Abdel Fatah al Sisi assumiu o poder, em 2014. Muitos atores, académicos, bloggers, jornalistas, dissidentes, advogados e ativistas foram presos nos últimos anos. Agora, juntam-se a eles os influencers.

"Não tem nada a ver com defender os valores da sociedade. É sobre controlar a Internet", denunciou Marwa Fatafta, da ONG Access Now, afirmando que "a repressão online também se estende a atividades não políticas".

As autoridades egípcias exercem há vários anos um controlo mais rigoroso da Internet, sob leis que lhes permitem bloquear sites considerados uma ameaça à segurança nacional e monitorar as contas com mais de cinco mil seguidores.

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