Muitos condutores optaram pelas estradas nacionais
"Na zona das Guardeiras, na Maia, o trânsito está muito intenso em ambos os sentidos", afirmou a fonte, acrescentando que as filas de trânsito atingem entre três a quatro quilómetros.
Com a cobrança de portagens desde as 00:00 na antiga SCUT Douro Litoral (A28), a EN 13 é a via alternativa para quem se desloca entre o Porto e Viana do Castelo.
O representante da comissão de utentes desta SCUT estimou hoje que o tráfego na EN13 aumente cerca de 70 a 80 por cento por causa do início do pagamento de portagem na A28.
Ao início da manhã, a GNR afirmou à Lusa que não se registava qualquer alteração significativa em termos de tráfego rodoviário nas autoestradas agora portajadas, nem nas vias alternativas.
Já os automobilistas espanhóis queixaram-se de "enorme confusão" e "grande falta de informação" quanto à forma de pagamento de portagens nas SCUT, mas muitos já começaram a adquirir o dispositivo electrónico de matrícula (DEM).
Na estação de serviço de Neiva, Viana do Castelo, da A28, os CTT montaram "de emergência" um posto de atendimento e de venda dos DEM, expressamente destinados aos veículos estrangeiros, que logo ao início da manhã começou a ser muito requisitado.
Também utentes da A41 decidiram hoje optar por fazer a viagem diária pela EN13 para evitar as portagens da A41.
O mesmo aconteceu com utentes da A29, entre Aveiro e Porto, optaram no primeiro dia de pagamento de portagens nas SCUT, por um percurso alternativo, como a Estrada Nacional 109.
Um dos representantes da comissão de utentes das SCUT do Norte Litoral afirmou que muitos automobilistas estão a passar as portagens sem pagar por falta dos dispositivos necessários, adiantando que se continuam a ouvir buzinas de protestos.
"Há muita gente que não teve tempo nem condições para poder ter acesso aos dispositivos electrónicos nem ao sistema de Via Verde" necessários para pagar as portagens das SCUT, disse José Rui Ferreira.
O representante, que também lidera a comissão nacional de utentes, admitiu mesmo que ele próprio "passaria hoje sem pagar porque ainda não tem o dispositivo electrónico".
A Confederação Empresarial de Pontevedra (CEP) já apresentou uma queixa em Bruxelas contra o processo de cobrança de portagens nas SCUT de Portugal, considerando ser "inadmissível" que o pagamento não possa ser feito em dinheiro.
"É inadmissível, talvez mesmo ilegal e contraria frontalmente o princípio da livre mobilidade em vigor na União Europeia", disse hoje o presidente da CEP, acrescentando que a introdução de portagens nas SCUT, designadamente na A28, constituem "grandes pedras" colocadas nas relações entre o norte de Portugal e a Galiza.
Os veículos estrangeiros que queiram circular nas autoestradas portuguesas que até hoje funcionavam em regime SCUT têm duas opções para pagar as portagens: ou aderem à Via Verde ou adquirem um dispositivo electrónico temporário.
Na Zona Norte, os veículos que circularem na A41 pagam dois euros, um pouco acima do valor pago na A42, que é de 1,65 euros.
No que se refere à concessão da Costa de Prata, quem circula na A17 tem que pagar 2,15 euros. A A25 custa aos utentes 1,40 euros e a A29 chega aos 2,95 euros.
O Governo criou um regime de discriminação positiva para os utilizadores locais, que vigorará de forma universal até 30 de Junho de 2012.
A partir dessa data, as isenções e descontos apenas vão abranger os utilizadores das regiões onde o PIB per capita seja inferior a 80 por cento da média do PIB per capita nacional).