Mory Kanté, que pôs meio mundo a cantar Yéké Yéké, morreu

Músico que adaptou tradições africanas à música eletrónica morreu aos 70 anos. Foi uma vítima indireta do covid-19.
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O cantor guineense Mory Kanté, que deu a conhecer a música africana a um público mundial na década de 1980, morreu em Conacri, a capital do seu país.

Kanté é mais conhecido pela sua canção de dança Yéké Yéké, um grande sucesso em África antes de se tornar no número 1 dos tops em vários países europeus, em 1988.

Nesse mesmo ano visitaria Portugal para atuar na Festa do Avante!.

Mais tarde o tema foi objeto de uma versão mais rock, pela mão de Carlos Santana, e com o próprio Mory Kanté.

Músico da tradição secular dos contadores de histórias tradicionais de África (os griots), foi apelidado de griot eletrónico pela sua junção dos instrumentos típicos como a kora e o balafon com os contemporâneos.

Depois de ter alcançado o reconhecimento no seu país nos anos 70, Mory Kanté mudou-se para Paris na década seguinte e fez parte do movimento de artistas africanos que levaram a música do seu continente ao mundo inteiro. Já no século XXI, Kanté regressou ao país-natal.

O seu 11.º e último disco, La Guinéenne, é uma homenagem ao seu país e a África.

Kanté morreu no hospital, aos 70 anos, devido a problemas de saúde não tratados, segundo o seu filho, Balla Kanté, em declarações à AFP.

"Sofria de doenças crónicas e viajava frequentemente para França para receber tratamento, mas isso já não era possível com o coronavírus", disse. "Vimos a sua condição deteriorar-se rapidamente, mas fiquei surpreendido porque ele já tinha passado por momentos muito piores", acrescentou.

Em 2018, Kanté atuou no Festival Músicas do Mundo, em Sines, como convidado no grupo afro-cubano Maravillas de Mali.

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