Kausso Baldé, 69 anos, vivia em Lisboa com a mulher, mas viajava frequentemente para Bissau, onde tem casa.Em dezembro, em entrevista à agência Lusa quando decorria a campanha eleitoral para as eleições presidenciais do país, Kausso Baldé pediu aos líderes políticos guineenses para não misturarem religião com política.."A minha vinda de Portugal para cá é para as pessoas não misturarem a religião com a política. Vim pedir para não brincarem e não misturarem a política com a religião, para não dividirem os guineenses", disse, numa das últimas entrevistas que deu..Segundo Francisco Vieira da Fonseca, morreu um homem que tinha um "grande amor ao próximo"..Francisco Vieira da Fonseca, secretário-geral da Associação de Emigrantes da Guiné-Bissau em Portugal disse que morreu um homem que tinha um "grande amor ao próximo". O responsável informou também que o corpo de Kausso Baldé deverá ser trasladado para a Guiné-Bissau para ser sepultado na sua terra natal..Por sua vez, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) lamentou também a morte do líder religioso Kausso Baldé, salientando quer sempre defendeu uma Guiné-Bissau de paz, unidade e de respeito por todas as religiões..O PAIGC regista o "falecimento do grande chefe religioso com muita dor e consternação, dado o facto do mesmo sempre se ter manifestado por uma Guiné-Bissau de paz, de harmonia, de unidade e de respeito para com a livre prática das diferentes religiões e crenças praticadas" naquele país, refere, em comunicado, o partido..No comunicado, o presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, salienta que a morte de Kausso Baldé deve ser aproveitada como "uma boa oportunidade para o reencontro do país com a paz, a unidade, o respeito pelo livre exercício das práticas religiosas" e também pelo "respeito pleno das leis e justiça", como "fatores importantes" para a defesa da Guiné-Bissau e do Estado de Direito democrático.