Ministro do Ambiente dá uma semana para solução na ETAR de Paços de Ferreira

O ministro do Ambiente Matos Fernandes afirmou que a estação de tratamento de águas residuais está a provocar a degradação ambiental do rio Ferreira
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O ministro do Ambiente disse hoje ter determinado à Administração da Região Hidrográfica do Norte (ARH) que, no prazo de uma semana, apresente uma solução técnica para as descargas poluentes no rio Ferreira em Paços de Ferreira.

Matos Fernandes acrescentou, em declarações à Lusa, que o problema de degradação ambiental naquele curso de água afluente do rio Sousa decorre da estação de tratamento de águas residuais de Paços de Ferreira (freguesia de Arreigada) e que tem de ser encontrada rapidamente uma solução para o problema, com o apoio da Águas do Norte.

O transporte das lamas da ETAR por camião cisterna para uma estação de tratamento próxima ou a construção de um coletor que assegure o seu encaminhamento são soluções provisórias que poderão ser adotadas, segundo o ministro. À Lusa, frisou também que essas soluções terão de ser sempre suportadas financeiramente pelo Município e pela concessionária.

Na terça-feira, a Junta de Freguesia de Lordelo, do vizinho concelho de Paredes, denunciou mais uma alegada descarga de efluentes por tratar no rio Ferreira, situação que a autarquia diz ser recorrente e antigo.

Também na terça-feira, a Câmara de Paredes, através do seu vice-presidente, Pedro Mendes, apelou ao Governo para que resolva o problema, alegando que as populações estão desesperadas.

Matos Fernandes recordou hoje à Lusa que o problema de funcionamento da estação de Arreigada é da exclusiva responsabilidade da Câmara de Paços de Ferreira e da empresa concessionária do serviço de água e esgotos no concelho.

Acrescentou que, por isso, devem ser essas entidades a encontrar uma solução definitiva para o problema que passará pela construção de uma nova ETAR.

No entanto, o governante reconhece o esforço do atual presidente da Câmara, o socialista Humberto Brito, para ultrapassar um problema complexo que herdou do anterior executivo social-democrata, nomeadamente na resolução do diferendo contratual com a concessionária.

Matos Fernandes prevê, porém, que serão precisos quase dois anos para ultrapassar a questão, o que obriga a tutela a encontrar uma solução provisória que acabe, o mais rapidamente possível, com as descargas poluentes da ETAR.

"Temos que agir. O Ministério do Ambiente não pode ficar de braços cruzados", sublinhou.

Sobre a solução definitiva e construção de uma nova estação de tratamento, o ministro alerta para a necessidade prévia de se estabilizar a relação da câmara com a concessão e só depois haverá condições para a tutela apoiar uma candidatura a fundos comunitários. Esse mecanismo, disse poderá suportar cerca de 85% dos quatro milhões de euros necessários para a nova estação.

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