Milton Ribeiro, o ministro da Educação do Brasil, é a próxima baixa do governo de Jair Bolsonaro. Pastor evangélico, o ministro demitiu-se na sequência de um escândalo envolvendo a transferência de verbas do ministério para municípios escolhidos por dois outros pastores evangélicos, a pedido do próprio presidente Bolsonaro. Em troca dessas transferências, os religiosos exigiam dinheiro, barras de ouro e outros subornos aos autarcas..O jornal O Estado de S. Paulo começou por noticiar a existência de uma espécie de ministério paralelo, composto pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que distribuía verbas públicas a prefeitos amigos. Na sequência, o jornal Folha de S. Paulo revelou uma gravação onde o próprio ministro não só admitia o esquema como sublinhava que fora Bolsonaro a recomendá-lo. A imprensa foi soltando, entretanto, outras gravações de prefeitos a acusar Santos e Moura de lhes pedirem dinheiro e ouro em troca da transferência dessas verbas. O caso passou a ser investigado pela polícia. .O presidente, entretanto, disse em live na última quinta-feira que colocaria "a cara no fogo" pelo ministro, amigo pessoal de Michelle Bolsonaro, a primeira-dama. No entanto, foi aconselhado nas últimas horas por aliados a precipitar a sua demissão, uma vez que, em paralelo, o ministro admitiu que autorizou a produção e distribuição de bíblias com a sua imagem, um outro escândalo. Até lideranças evangélicas próximas a Bolsonaro foram favoráveis à queda de Ribeiro..Ribeiro sucedeu a Carlos Decotelli, que não chegou a assumir o ministério por terem sido detetadas irregularidades no currículo, Abraham Weintraub, que partiu para os EUA depois de ter sido gravado a chamar os juízes do Supremo Tribunal Federal de "vagabundos" e a Ricardo Velez, o ministro original da Educação de Bolsonaro, que pediu que os professores filmassem os alunos a cantarem os hinos, entre outros casos que o foram desgastando.